Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Boate Kiss: manifestantes ocupam Câmara de Santa Maria

Grupo de 150 pessoas passou a madrugada no local para pressionar pela renúncia de membros de CPI sobre a tragédia; Justiça gaúcha começa a ouvir sobreviventes nesta quarta-feira

Por Da Redação
26 jun 2013, 11h09
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Um grupo de 150 pessoas ocupa desde a noite de terça-feira o prédio da Câmara Municipal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Os manifestantes querem a renúncia do procurador jurídico da Casa, Robson Zinn, e de três vereadores que integram a CPI local que apura as causas e responsabilidades do incêndio da boate Kiss, que deixou 242 mortos no início do ano.

    Publicidade

    A Câmara chegou a obter na noite de terça-feira uma ordem de reintegração, mas para evitar confrontos, decidiu deixar os manifestantes no local. Inicialmente, o local havia sido invadido por 250 pessoas. Os vereadores permanecem fora do prédio. Nesta manhã, funcionários observaram sinais de depredação no interior da construção, como banheiros pichados e vasos quebrados. Os servidores foram dispensados.

    Publicidade

    O gatilho da invasão do prédio foi a divulgação de uma gravação de 40 minutos que registrou um diálogo interno entre membros da CPI. Participaram da conversa a presidente da CPI, Maria de Lourdes Castro (PMDB), o vereador Tavores Fernandes (DEM) e dois assessores – um deles teria gravado o diálogo sem conhecimento dos outros participantes. Na gravação, a presidente e o vereador criticam a relatora da CPI, Sandra Rebelato (PP), que é acusada de “mudança de postura” por convocar um advogado da associação de vítimas da boate. Um dos participantes do diálogo afirmou que, antes desse fato, havia uma orientação para a CPI “dar em nada”.

    O áudio foi entregue ao Ministério Público e à polícia na terça-feira. A Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia, que já vinha nos últimas semanas demonstrando insatisfação com os rumos da CPI, acusou os vereadores de tentar blindar o governo do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) e não se esforçar para apontar responsabilidades pela tragédia.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Justiça – Nesta quarta-feira, a Justiça gaúcha começou a ouvir os depoimentos de 60 sobreviventes da tragédia. Esta é a primeira etapa de instrução do processo criminal. O caso passou a ser concentrado no fórum de Santa Maria, depois que o Ministério Público local decidiu arquivar um procedimento que apontava responsabilidade do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) no incêndio. Como o prefeito tinha foro privilegiado por causa do seu mandato, o caso poderia ter sido levado para o Tribunal de Justiça, em Porto Alegre. Ao decidir pelo arquivamento, o Ministério Público concluiu que não havia provas de responsabilidade criminal contra o prefeito. Ao todo, o processo tem oito réus.

    Incêndio – A tragédia da boate Kiss ocorreu na madrugada de 27 de janeiro. A perícia apontou que o fogo começou após um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na casa, utilizar um sinalizador durante o show.

    Publicidade

    A faísca atingiu a espuma de poliuretano que revestia o teto para o isolamento acústico do local, que entrou em combustão. Laudos anexados ao inquérito apontaram que 100% das mortes ocorridas na boate ou em hospitais ocorreram por asfixia por cianeto e monóxido de carbono, liberado pela queima da espuma.

    Segundo a denúncia, foi o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira que acionou o sinalizador. Além das mortes, o gás tóxico e as chamas deixaram 622 feridos.

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.