Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

As expectativas de Lula e da classe política com a chegada de Gonet à PGR

Moderado e avesso a pirotecnias, no novo procurador-geral conseguiu unir petistas e bolsonaristas

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 dez 2023, 08h00

Em tempos de polarização e radicalismo, Paulo Gonet, o novo procurador-geral da República, é uma raríssima exceção. Em sua solenidade de posse, na segunda-feira 18, ele reuniu no mesmo auditório o presidente Lula, o presidente do Senado, o presidente da Câmara, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, além de petistas, bolsonaristas, comunistas, liberais, enfim, representantes de praticamente todo o espectro político. Não é por acaso. O perfil do novo chefe do Ministério Público Federal, de uma maneira geral, agrada a vários segmentos. No primeiro discurso ao assumir o cargo, Gonet pregou a harmonia entre os Poderes, disse que o órgão é corresponsável pela preservação da democracia e que cabe aos seus integrantes evitar a “cacofonia” institucional. O que soou como música para a plateia, no entanto, foi o trecho em que ele deixou claro que não pretende repetir o comportamento de alguns de seus antecessores. “Não buscamos palco nem holofote”, ressaltou, numa referência indireta — e crítica — à Operação Lava-Jato.

Entre as múltiplas atribuições do procurador-geral estão a de investigar e, se for o caso, denunciar o presidente da República, ministros de Estado, deputados e senadores. Por isso, é importante para a classe política como um todo e para o presidente da República em particular ter num cargo tão estratégico alguém que reúna certas características. Gonet é discreto, conservador, avesso a pirotecnias, crítico do ativismo do Ministério Público e, por consequência, dos métodos empregados na Lava-Jato. Ao indicá-lo, Lula levou tudo isso em consideração. O presidente, que ficou preso durante 580 dias, já chamou os procuradores que atuaram no caso dele de “moleques”, “aloprados” e “mafiosos”. Na solenidade, voltou a disparar petardos. “Não existe possibilidade de o Ministério Público achar que todo político é corrupto”, afirmou.

O presidente também disse que não faria nenhum pleito pessoal ao procurador. “A única coisa que eu te peço: não faça o MP se diminuir diante da expectativa de 200 milhões de brasileiros que acreditam nessa instituição”, ressaltou. No caso dos políticos, a expectativa é que Paulo Gonet envie para o arquivo os inquéritos da Lava-Jato que ainda tramitam no STF, nos quais deputados e senadores são acusados de corrupção. Já a expectativa de Lula é que o procurador dê impulso às investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente às derivadas da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Tudo, evidentemente, sem alarde, com discrição, sem pirotecnias.

Publicado em VEJA de 22 de dezembro de 2023, edição nº 2873

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.