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As conexões entre mineradora investigada e o governo do Rio

Dono da M.M. Gold é sócio de empresa que emprestava helicóptero ao então secretário de Governo: uma locadora de caminhões que tem parceria com construtora

Por Maiá Menezes, Lucas Mathias Atualizado em 12 ago 2023, 13h06 - Publicado em 12 ago 2023, 12h19

Em novembro do ano pasado, o Ministério Público Estadual abriu investigação sobre o uso de helicóptero da Zocar Rio Caminhões pelo então Secretário de Governo e atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (PL).  A aeronave, de prefixo PR-JVZ, tem as iniciais MM, numa referência ao dono da Zocar: Márcio Macedo Sobrinho, o empresário é também dono da M. M. Gold, empresa de mineração com capital social de 40 milhões de reais, criada em 2017, com sede em Itaiatuba, no Pará. A Zocar, com sede em Parada de Lucas, na Zona Norte da cidade do Rio, registra 25 milhões como capital social. 

Em julho do ano passado, a empresa de garimpo foi alvo da operação Ganância, no Pará. Foram sessenta mandados de busca e apreensão, cinco pessoas foram presas, por movimentação ilegal de 16 bilhões de reais. Na época, a polícia informou que o dinheiro para financiar o esquema de desvios teria partido de uma empresa de caminhões em Parada de Lucas, com o mesmo dono da empresa de mineração: a  M. M. Gold ou Gana Gold.  A própria licença da mineradora era irregular. A operação foi noticiada pelo “Fantástico”, na Rede Globo. VEJA teve acesso a parte dos autos.

A rede de conexões não para aí. Um dos presos foi Domingos Dadalto Zoboli, é também sócio da Zocar Rio Caminhões. A Zocar tem parcerias com uma empreiteira, a Construverde, para quem, recentemente, alugou 40 caminhões para prestar serviços  à Cedae, Companhia Estadual de Águas e Esgoto. Via Lei de Acesso à Informação, VEJA levantou quatro contratos vigentes da Construverde com a Cedae. Para complementação de rede para atendimento do Museu Nacional, em São Cristovão, na Zona Norte da Capital fluminense; para ampliação do sistema de abastecimento de água do sistema Zona Oeste; para terraplanagem e macrodrenagem da Estação de Tratamento de Guandu; e para “serviço contínuo” de locação de caminhões tanques, com capacidade de 10 mil e e 20 mil litros, que atendem a diretoria do Interior do estado do Rio. Foi para este último contrato que a Zocar foi utilizada.

Com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), outro órgão vinculado ao governo do estado do Rio, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) identificou contratos com supertaturamento de 30 milhões de reais, num total de mais de 70 milhões em obras

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Rodrigo Bacellar afirma que usou o helicóptero, no ano passado, por ser amigo de um dos donos na empresa. Em nota, neste sábado, afirmou que “na condição de agente público, sempre preza pela legalidade, não tem conhecimento de contratos de terceiros nem vínculo sobre a relação empresarial da Zocar”.

“O deputado Rodrigo Bacellar repudia qualquer tentativa de condenação midiática sem fundamento e baseada em denúncia política, como vimos recentemente na história do nosso país”, completa a nota.

 

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