Manifestantes que invadiram a sede da Funarte (Fundação Nacional de Artes) em protesto contra o governo do presidente interino Michel Temer ocupam agora o prédio da antiga casa de shows Canecão, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O grupo foi expulso do Palácio Capanema, sede da Funarte e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional), em 25 de julho pela Polícia Federal, que cumpriu mandado de reintegração de posse.
Segundo o movimento que ocupou o Palácio Capanema durante 74 dias, o novo local será palco de shows e eventos culturais. Não há, contudo, alvará de funcionamento para as atividades propostas pelo grupo, segundo a Secretaria Municipal de Ordem Pública. A UFRJ, dona do prédio, já alertou para a falta de segurança do local.
LEIA TAMBÉM:
Ministério da Cultura pede reintegração de prédios invadidos
PF faz operação contra fraudes na Lei Rouanet
Os membros do chamado Ocupa MinC afirmaram através das redes sociais que estão “re-existindo o maior templo da música popular brasileira” e estruturando um “ponto de resistência contra o golpe”, como movimentos de esquerda se referem ao processo constitucional que tirou a presidente afastada Dilma Rousseff do poder. O grupo realizou faxina no local e pede doações de alimentos através das redes sociais. Inaugurado em 1967, o prédio que sediava a popular casa de shows carioca pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 2010.
Por meio de nota, a universidade afirmou que se preocupa com o uso do espaço e ressaltou que o local está “interditado por falta de segurança estrutural e já possui projeto de reforma em andamento, por isso a área não pode servir de espaço para nenhuma atividade com a presença de público, linha de ação que atende à responsabilidade direta da instituição com a segurança de todos que se encontram na edificação”.