O júri dos 26 policiais militares suspeitos de participação no massacre do Carandiru foi adiado nesta segunda-feira pouco mais de uma hora após ser iniciado em São Paulo. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), uma jurada passou mal no meio da leitura da acusação e foi retirada da sala. Logo depois, com a impossibilidade da jurada retornar, o juiz responsável anunciou que iria dissolver o corpo de sete jurados, composto por cinco mulheres e dois homens, que havia sido formado pouco antes.
O julgamento deve ser retomado no dia 15 de abril, quando novos jurados serão sorteados.
Os trabalhos desta segunda-feira haviam começado por volta de 11h – duas horas após o horários previsto. Dos 26 réus que seriam julgados, 24 compareceram. Segundo o TJ-SP, os dois ausentes alegaram razões de saúde. A presença do réu não é obrigatória. Os nomes dos policiais não foram divulgados pela Justiça, que mantém as identidades em sigilo. Esse grupo de PMs responde por homicídio qualificado na morte de quinze detentos do Carandiru.
Um total de 130 PMs chegou a ser denunciado pelo massacre, mas o número foi diminuindo conforme foram prescrevendo muitas das acusações. Hoje, apenas 79 PMs respondem pelos crimes. O massacre ocorreu em 2 de outubro de 1992, quando cerca de 340 policiais invadiram um dos pavilhões do complexo presidiário do Carandiru. Armados com revólveres, escopetas e metralhadoras, os policiais executaram 111 presos.
(Com Estadão Conteúdo)