Depois do conflito facções criminosas dentro da Cadeia Pública de Itapajé, a 125 quilômetros de Fortaleza, que terminou com dez mortos na manhã desta segunda-feira, a Secretaria de Justiça e Cidadania do Ceará transferiu na tarde de hoje 44 detentos da unidade prisional. Conforme a pasta, os presos foram levados a cadeias na região metropolitana da capital cearense.
Segundo a Polícia Civil do Ceará, seis dos presos que tiveram participação nas mortes foram indiciados por homicídio qualificado.
Mais cedo nesta segunda-feira, o presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará (Copen), Cláudio Justa, disse que o conflito teria ligação com a chacina ocorrida no último sábado, em Fortaleza, quando catorze pessoas foram mortas a tiros numa casa de forró, no bairro Cajazeiras. Por volta das 0h40, um grupo armado invadiu uma festa no local e abriu fogo contra dezenas de pessoas. Seis das vítimas eram homens e oito, mulheres – duas delas menores de idade.
A chacina levou o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), a anunciar a criação de uma força-tarefa para investigar as mortes.
A briga entre facções na Cadeia Pública de Itapajé foi controlada por agentes penitenciários do Grupo de Operações Regionais e policiais municipais. Os internos que se feriram no confronto sem maior gravidade receberam atendimento e voltaram à prisão. Outros três, feridos gravemente, foram transferidos a hospitais em outras cidades.
A secretaria afirma que a motivação do confronto e das mortes permanece em investigação. Em uma vistoria unidade prisional, foram apreendidos dois revólveres, 38 cartuchos de munição e duas facas, além de drogas e aparelhos celulares. As armas foram levadas à sede da Perícia Forense do Ceará para exames.