A acirrada disputa entre a advogada informal do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior e a defesa de Monique Medeiros, ambos réus pelo assassinato de Henry Borel, de 4 anos, ganhou mais um capítulo na noite desta segunda-feira, 17. Flávia Froés, contratada para fazer uma investigação defensiva em prol do político cassado e que não atua formalmente no processo, alega que entrou com uma queixa-crime de calúnia na 23ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, contra Thiago Minagé e Hugo Novais, criminalistas que defendem a mãe do garoto morto na madrugada de 8 de março do ano passado. Eles acusaram-na de visitar e ameaçar Monique dentro da prisão.
Embora não represente Jairinho formalmente, a advogada também protocolou uma petição nos autos do processo em que o padrasto e a mãe de Henry são julgados na 2ª Vara Criminal do TJ-RJ. No documento, ela rebate as acusações de que teria ameaçado Monique, e também refuta uma suposta tentativa de coação feita pela também advogada Elker Cristina, presa desde o ano passado na mesma penitenciária onde está a mãe de Henry – Elker e Flávia são próximas e atuaram na defesa de réus do Comando Vermelho.
Além disso, Flávia adicionou um contrato de investigação defensiva assinado por Jairinho ao processo. Segundo a defesa de Monique, Flávia foi visitá-la na prisão e teria lhe ameaçado, dizendo que ela precisaria assinar um documento se responsabilizando pela morte do filho. A mãe de Henry se declarou “apavorada” com a situação, ocorrida no dia 7. No dia seguinte, ela foi transferida para outra unidade prisional. Uma semana depois, um advogado denominado Fábio, também ligado a Flávia, foi visitar Elker na penitenciária Santo Expedito, em Bangu, e teria tentado coagir Monique. A VEJA, Flávia negou as acusações: disse que visitou Monique na tentativa de dizer que ela é inocente, além de dizer que Minagé supostamente extorquiu Coronel Jairo (Solidariedade), pai de Jairinho, no valor de um milhão de reais, mas não apresentou provas sobre essa alegação. O advogado, por sua vez, disse que não iria “rebater algo tão estapafúrdio”.
Nos bastidores, as últimas movimentações de Flávia estão sendo muito malvistas por todas as partes, inclusive pela defesa formal de Jairinho, capitaneada pelo advogado Braz Sant’anna. Em nota, ele classificou a visita da advogada à Monique como “antiética” e que “caracteriza, em tese, deplorável prática delituosa” e afirmou que Jairinho não teve participação no episódio. Fontes ligadas ao caso acreditam que a juíza Elizabeth Machado Louro, que conduz o processo, deva desentranhar a petição de Flávia por ela ser estranha aos autos. Procurados por VEJA, Novais e Minagé, advogados de Monique, preferiram não se manifestar sobre o documento.