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Por trás da fofura: vídeo traz discussão do impacto de drones em animais

Especialista consultado pelo blog condena a proximidade do aparelho em relação à família de ursos

Por Pietra Carvalho
10 nov 2018, 17h59

Um vídeo de filhote de urso-pardo tentando escalar uma montanha coberta de neve para encontrar sua mãe, que já está no topo, viralizou nesta semana e aqueceu o coração de muitos usuários das redes sociais. A filmagem, tida por muitos como uma lição da força de vontade no mundo animal, acabou se tornando uma polêmica que mobilizou entidades ambientais. O motivo? A publicação, originalmente postada no Youtube e replicada no Twitter, onde foi visto por mais de 17 milhões de pessoas, levou especialistas a suspeitarem de que o comportamentos dos ursos, na verdade, estava sendo influenciado pela presença de um drone guiado de maneira inadequada.

 

Escalada tensa

Mãe e filho estão lado a lado no pé de uma subida muito íngreme. Ela não demora muito para alcançar o topo, apesar de pequenos escorregões, mas o filhote desliza algumas vezes durante suas tentativas. A imagem, quase sempre distante, se aproxima no momento em que o bebê está quase alcançando seu objetivo, mas a mãe se agita e derruba o mais novo com sua pata, sem motivo claro.

Quase na base da montanha de novo, ele reinicia sua saga, alcançando a mãe depois de quase 3 minutos de filmagem. Apesar da paisagem inóspita e sem intervenção aparente, especialistas vêm afirmando que o comportamento dos animais não é guiado apenas pelos instintos da natureza. De acordo com eles, a aproximação de um drone foi responsável pela reação impulsiva de afastamento da genitora em relação à cria.

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Comportamento animal

O biólogo e professor da Universidade de Brasília  Eduardo Bessa endossa a opinião de especialistas internacionais. Para ele, a decisão de fazer uma travessia tão íngreme e escorregadia é atípica para uma mãe com um filhote tão novo; ela apenas aceitaria o risco sob condições muito adversas.

De acordo com o professor, a atitude de mãe e filho de continuarem o caminho olhando para trás e em alta velocidade é outro indicativo de fuga. Ele também destaca que a ursa provavelmente não derrubou o filho com a pata intencionalmente, mas reagiu à presença do drone no ar, tentando afastá-lo.

Eduardo reforça que estudos disponíveis na biblioteca virtual de publicações científicas PLOS, a Public Library of Science, já analisaram o impacto desses aparelhos em outra espécie de urso, os pretos. A pesquisa concluiu que o stress dos bichos pode não se manifestar em gestos, mas que a frequência cardíaca deles aumenta. Caso aconteça repetidamente, a situação pode até desequilibrar na população animal, já que atrapalha a ovulação, causando infertilidade.

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Esse tipo de problema não atinge apenas grandes mamíferos, segundo o biólogo. Ele menciona a ecologista Sophie Gilbert, que dedica uma conta no Twitter apenas para compilar casos em que drones incomodam a vida selvagem. A doutora explica indicadores de pânico no comportamento animal e dá conselhos aos que operam veículos aéreos do tipo.

‘Etiqueta’ dos pilotos

Muitos projetos, no entanto, utilizam a tecnologia para tentar mapear e preservar a fauna. O projeto EcoDrones, por exemplo, monitora o comportamento e os hábitos da população de botos da Amazônia. Bessa defende os benefícios dessas iniciativas quando feitas de maneira adequada. Sobre um ‘código de ética’ no uso de drones, ele explica que existem diversos artigos que propõem um protocolo aos cientistas e pilotos, como o do professor Jarrod Hogson, da Universidade de Adelaide.

As instruções incluem o tamanho do aparelho, neutralidade de sua cor, preferência pelos movidos a bateria em relação aos que funcionam à combustão, e também o sentido de aproximação do drone, que não deve encarar o animal de frente, e sim lateralmente.

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