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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Como Bolsonaro tenta asfixiar Sergio Moro

Impedir a candidatura do ex-juiz é prioridade no Planalto

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 set 2020, 16h13 - Publicado em 1 set 2020, 12h12

Nas contas do Palácio do Planalto o maior adversário para Jair Bolsonaro em 2022 não é o PT, nem um novo nome do centro, mas o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro. Por isso, desmobilizar a operação Lava Jato, inviabilizar a aproximação dos partidos ao ex-juiz e desmoralizar a sua passagem pelo governo se tornaram as prioridades políticas dos bolsonaristas.

O procurador-geral Augusto Aras é a ponta de lança dessa operação no Ministério Público. Nos próximos dias, Aras decide se renova o mandato da Operação Lava Jato em Curitiba, que depois de seis anos ainda tem centenas de processos abertos e não concluídos. Aras ameaçou acabar com a Operação, mas diante da repercussão interna, hoje a sua postura mais provável é reduzir o número de procuradores exclusivos e aproveitar a saída de Deltan Dallagnol, um ‘morista’ de primeira hora, que nesta terça-feira, 1º, deixou o cargo alegando problemas de saúde na família.

A reaproximação de Bolsonaro com o PSL é para impedir que o partido ofereça abrigo a Moro em 2022. Com o sucesso de Bolsonaro, o PSL é hoje um dos partidos mais ricos do Brasil, com tempo de TV e fundo partidário suficiente para bancar uma candidatura presidencial com mais estrutura que as outras alterativas de Bolsonaro.

Nas redes sociais, a máquina bolsonarista espalha dia sim, noutro também posts mostrando como as ações da Polícia Federal teriam se tornado mais efetivas depois da saída de Moro, especialmente no combate à corrupção nos governos estaduais (deve-se observar que agora quase todos os investigados da PF são adversários do presidente).

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Moro sempre negou interesse em fazer uma carreira política, mas como ele já havia feito essa recusa antes e descumprido quando aceitou o Ministério da Justiça, pouca gente acredita. Nas pesquisas eleitorais, Moro aparece em segundo lugar, empatado tecnicamente com o ex-prefeito Fernando Haddad, mas com o melhor resultado em um eventual segundo turno contra Bolsonaro. Ninguém duvida do potencial eleitoral de Moro, mas ele está sendo asfixiado pelas ações dos bolsonaristas.

Em março de 2018, um grande banco encomendou uma detalhada pesquisa com entrevistas em grupo de eleitores de cinco capitais e duas grandes cidades do interior para monitorar os sentimentos dos eleitores brasileiros para as eleições daquele ano. Já estavam presentes ali forças eleitorais que se mostrariam decisivas meses depois, o ódio aos políticos em geral e ao PT em particular, o cansaço com as alternativas dos partidos tradicionais, a sensação de que Brasília era um peso para o Brasil, o debate sobre valores, a preocupação com a segurança pública e a vontade de recomeçar o Brasil do zero a partir de um nome novo. Apresentados às alternativas do momento, os eleitores eram unânimes em elogiar o então juiz Sergio Moro. Se tivesse renunciado à carreira naquele momento, Moro seria favorito para a eleição a presidente em outubro de 2018.

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Quase dois anos depois, o cenário é diferente. O favorito é Bolsonaro e há uma profusão de candidatos nas oposições. Na política se diz que um cavalo não passa encilhado duas vezes. Moro perdeu o momento de 2018 e se quiser ter protagonismo em 2022 — como candidato ou apoiando alguém — vai precisar subir na sela e começar a treinar seu cavalo desde agora.

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