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Por Sérgio Praça
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Prévias partidárias e a mágoa de Goldman com Doria

João Doria ainda sente os efeitos da acusação de implodir o PSDB paulistano

Por Sérgio Praça Atualizado em 30 jul 2020, 20h43 - Publicado em 9 out 2017, 11h52

Entre João Doria e Alberto Goldman, tucanos que trocaram xingamentos nos últimos dias, fica difícil escolher um predileto. Doria é um prefeito que não sabe, de propósito, navegar a relação entre interesses empresariais e o interesse público. Nada novo em tempos de Lava Jato, mas seu comportamento de garoto-propaganda me choca tanto quanto um Eduardo Cunha (PMDB). Goldman foi votado pela última vez em 2002, quando se reelegeu deputado federal. Depois disso, todos os cargos que ocupou, sem brilho, foram por indicação de José Serra ou Geraldo Alckmin. Sua relevância no PSDB é, para mim, um mistério. Ao contrário de um militante tucano, não preciso escolher um deles. Sorte minha. A briguinha infantil entre dois homens que juntos somam 138 anos (Doria 59, Goldman 79) é mais uma evidência de como o PSDB é, dos grandes partidos, o com maior dificuldade de renovação.

Não é um troféu fácil. O PT, guiado pelo duplo Lula desde 31 de junho de 1980 (brincadeira) – um de carne, osso e tríplex, outro que é uma “ideia” – tem uma segunda opção para a candidatura à presidência em 2018: Fernando Haddad. No PMDB não faltam políticos ambiciosos, mas até o fim do ano que vem corre-se o risco de estarem todos na cadeia. No DEM há Rodrigo Maia e Antonio Carlos Magalhães Neto despontando como lideranças nacionais. Uma pesquisa interessante realizada pela consultoria Pulso Público (a pedido do Movimento Transparência Partidária) mostra a relativa falta de renovação dos principais comandantes partidários ao analisar os cargos de direção das Executivas e Diretórios Nacionais nos últimos dez anos. O PP é o campeão às avessas: todos os integrantes da cúpula do partido permanecem os mesmos desde 2007. Entre os oito maiores partidos, o PT foi o que mais renovou sua Executiva Nacional (67% de novos membros), seguido pelo PMDB (55%) e DEM (49%). O PSDB manteve quase 70% dos seus dirigentes nesse período. De acordo com a consultoria, o PT sofreu maior alternância nos cargos por conta do Mensalão e certas regras internas, e o DEM foi afetado pela saída de caciques que fundaram o PSD. O PMDB fez um “court packing”: em vez de retirar os velhos líderes, aumentou o número de vagas na Executiva Nacional de 23 para 45 membros. Cabe todo mundo. No PSDB, é evidente que não. Mesmo um político eleito na principal capital do país no primeiro turno sofre críticas agressivas dos dirigentes partidários.

A mágoa tem origem nas prévias vencidas por Doria contra Andrea Matarazzo em março do ano passado. O político-empresário foi acusado de comprar votos dos militantes. De acordo com a jornalista Julia Duailibi, logo após o resultado das prévias o grupo de whatsapp “Comunica PSDB-SP” registrou mensagem de Doria zombando do “choro dos vinhos” do “conde derrotado”. Goldman retrucou que “o partido hoje comporta ‘grandes empresários e gestores’ que abominam os políticos. Inflados por ambição, dinheiro e suporte do poder público, mostram seu verdadeiro caráter, sem pudor”. É engraçado como o instrumento das prévias em tese funcionaria como oxigenador da organização partidária, mas Doria e Goldman insistiram em ventilar monóxido de carbono. Ao saírem do whatsapp e irem para o YouTube, tornam o partido patético.

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