Notas sobre as manifestações (e Miguel Nicolelis)
É muito mais fácil manifestar-se contra algo do que a favor de uma solução. Um inimigo comum aproxima as pessoas. Começar algo novo requer ação coletiva concertada, deliberação mais ou menos bem informada – enfim, informação política sofisticada. Nenhuma manifestação massiva – pró ou a favor de qualquer governo – é capaz disso. Nem deveria […]
É muito mais fácil manifestar-se contra algo do que a favor de uma solução. Um inimigo comum aproxima as pessoas. Começar algo novo requer ação coletiva concertada, deliberação mais ou menos bem informada – enfim, informação política sofisticada. Nenhuma manifestação massiva – pró ou a favor de qualquer governo – é capaz disso. Nem deveria ser.
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Santificar o juiz Sérgio Moro, imprimir sua foto em camisetas em cartazes, é bobagem. A Justiça não deve ser personalizada.
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O PMDB continuar no governo Dilma depois de hoje é bastante improvável.
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O PMDB está implicado até as entranhas na Lava Jato, assim como PT e PP. O PSDB bem menos, embora também haja motivo para investigações. Por que tanta indignação especificamente contra o PT? Bom, é o partido com a presidência. É o partido responsável pela crise econômica mais grave desde os anos oitenta. Alguns de seus escândalos de corrupção são mais fáceis de entender do que os dos outros partidos. Mas é a clareza de responsabilidade da presidente sobre a economia que torna a indignação muito mais forte contra o PT.
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Concordo com Carlos Pereira: pouquíssima gente irá defender publicamente o governo petista. O PT perdeu as ruas.
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O cientista Miguel Nicolelis afirmou, em seu twitter, que denunciaria em Harvard, Yale e Georgetown a “tentativa de golpe no Brasil”. Nicolelis recebeu financiamento polpudo do governo federal para a criação de seu Instituto do Cérebro no Rio Grande do Norte. Está enroladíssimo com o Tribunal de Contas da União. Golpe mesmo, Miguel, é aproveitar-se de relações políticas e de recursos públicos sem prestar as devidas contas.
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