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Por Sérgio Praça
A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Michel Temer: ambição e legitimidade

Michel Temer (PMDB) toma posse hoje em substituição a Dilma Rousseff (PT), destituída do cargo após longo processo de impeachment decorrente de crimes fiscais que cometeu. Desde o início de 2015, quando Eduardo Cunha (PMDB) assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, o risco de Dilma não conseguir terminar seu segundo mandato tornou-se uma real […]

Por Sérgio Praça Atualizado em 30 jul 2020, 21h58 - Publicado em 31 ago 2016, 17h25

Michel Temer (PMDB) toma posse hoje em substituição a Dilma Rousseff (PT), destituída do cargo após longo processo de impeachment decorrente de crimes fiscais que cometeu. Desde o início de 2015, quando Eduardo Cunha (PMDB) assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, o risco de Dilma não conseguir terminar seu segundo mandato tornou-se uma real possibilidade. Agora que aconteceu, o que podemos esperar do novo presidente?

Comparações com Itamar Franco, o peemedebista que assumiu após o impeachment/renúncia de Fernando Collor (hoje senador pelo PTC), são inevitáveis – mas o mandato de Temer tende a ser bastante diferente do de Itamar.

A primeira diferença diz respeito à legitimidade. Temer sempre será questionado por se beneficiar de um processo de impeachment aguerrido, contestado, com fundamentos jurídicos mais polêmicos do que os que tiraram Collor do cargo. Itamar Franco nunca teve esse tipo de questionamento.

Além disso, Itamar tinha uma missão claríssima: tirar o país da hiperinflação. Por uma mistura de competência e sorte (Maquiavel, sempre ele!), nomeou Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Fazenda, político habilidoso que montou uma brilhante equipe econômica. Após aprenderem com os fracassos do Plano Cruzado, de José Sarney, economistas como André Lara Resende e Persio Arida se juntaram a Edmar Bacha, Gustavo Franco e Pedro Malan, entre outros, para criar o Plano Real. Deu certo e definiu a presidência de Itamar, que ficou para a história como um presidente bem-sucedido.

Durante seu tempo como interino, mostrou interesse em propor reformas constitucionais abrangentes, como a do teto dos gastos públicos e da previdência. São reformas necessárias, mas já estão sendo questionadas por não terem sido diretamente legitimadas pelas urnas. Embora extremamente pertinente, a reforma da previdência, por exemplo, é impopular tanto por implicar benefícios difusos e perdas concentradas (o excelente livro de Marcus Melo explica esse ponto) como por não ter sido proposta no debate eleitoral de 2014.

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A reorganização ministerial proposta por Temer em seus primeiros dias como interino – e já aprovada pela Câmara dos Deputados, faltando apenas a concordância dos senadores – é mais uma evidência de sua ambição como presidente. Ambição, é claro, está longe de ser uma característica indesejável em políticos. Mas o novo presidente terá que convencer o povo que será tão prestador de contas, tão responsivo aos cidadãos, quanto ambicioso.

Mas, ao contrário de Itamar Franco, Michel Temer não terá um FHC para ajudá-lo.  

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