A estreia do ‘Big Brother Brasil’ – em 2002
Primeiro BBB teve apresentação (sofrível) da dupla Pedro Bial e Marisa Orth, mas foi um sucesso de audiência e espantou o fantasma da 'Casa dos Artistas'
A primeira edição do reality show Big Brother Brasil, que voltou ao ar nesta segunda-feira, estreou em janeiro de 2002 sob a sombra do fenômeno Casa dos Artistas, programa que o SBT produzira sem alarde, no ar no final do ano anterior, impondo ao Fantástico sua primeira derrota em 28 anos de história. “Para a Rede Globo, foi uma espécie de Pearl Harbor”, anotava reportagem de VEJA de 7 de novembro de 2001.
A emissora carioca tentou parar a gincana do SBT na Justiça, alegando plágio, mas não obteve sucesso, e o troco só viria mesmo com o BBB. “Com uma estratégia ousada de programação e um esquema acachapante de divulgação, o novo reality show da Rede Globo, Big Brother Brasil, foi ao ar na semana passada e conseguiu uma audiência vitaminadíssima em suas primeiras exibições: mais de 40 pontos de média e 57 pontos de pico”, registrou VEJA de 6 de fevereiro de 2002.
Já na primeira edição, o programa foi alvo de protestos. “Cerca de 2.000 anônimos, dos 500.000 que se candidataram a participar do show, organizaram um site de protesto na internet. Eles acreditam que a seleção foi feita com cartas marcadas, e que os doze vencedores teriam sido pinçados por olheiros da Globo. ‘Que houve olheiros, isso é verdade’, revelou um diretor da emissora”, dizia a reportagem de VEJA. “Outra reclamação veio de grupos gays. Eles ficaram sabendo que os participantes do reality show foram obrigados a realizar um teste de Aids antes de partir para a casa onde ficarão engaiolados durante nove semanas. Dizem que a exigência foi abusiva e ilegal e ameaçam entrar com uma ação na Justiça.”
O programa também sofreu com as intervenções de Pedro Bial e Marisa Orth. “Marisa como Marisa estava pura falta de graça. Teria sido melhor se tivesse aparecido como Magda, sua personagem abilolada no finado Sai de Baixo“, dizia a reportagem de VEJA. Bial logo assumiria sozinho o comando do programa, até ser substituído, em 2017, por Tiago Leifert.
O SBT tentou revidar em fevereiro de 2002 com mais um Casa dos Artistas, mas a segunda edição do programa não decolou. Enquanto isso, na Globo, a boa audiência do BBB e a popularidade de seu primeiro vencedor, Kléber Bambam, reforçavam “a convicção de que os reality shows são uma boa aposta”. O ibope da primeira final foi histórico: 76% das pessoas que tinham o televisor ligado no horário sintonizavam a emissora. “O programa começou com tropeços”, disse o diretor Boninho. “Depois arrumamos a casa e conquistamos o público”, resumiu.