TV CULTURA: A MADRAÇAL PÚBLICA SEM PÚBLICO
É evidente que o comportamento do ombudsman da TV Cultura, o tal Ernesto (quem?) Rodrigues é método. Acompanhem. Aquela é uma TV Pública, certo? É sustentada com o meu dinheiro, com o seu dinheiro — calculo que uns R$ 60 milhões por ano. Se eles próprios levassem a sério o seu discurso, essa TV deveria […]
Aquela é uma TV Pública, certo? É sustentada com o meu dinheiro, com o seu dinheiro — calculo que uns R$ 60 milhões por ano. Se eles próprios levassem a sério o seu discurso, essa TV deveria representar os vários setores da sociedade — a tal “pluralidade”.
Ocorre que está aparelhada. O Sr. Rodrigues, velho taifeiro do Partidão, o antigo Partido Comunista Brasileiro, está lá, entre outras coisas, para zelar pela pureza ideológica da emissora. ELA PODE NÃO TER ESPECTADORES (ou “EXPECTADORES”, na novilíngua petralha…), MAS SERÁ CONVICTA.
É evidente que eu jamais voltarei a pisar por lá enquanto um cretino como este se comportar como POLÍCIA IDEOLÓGICA. Ele é o Protógenes da TV Cultura.
Pronto! Ernesto Rodrigues conseguiu o que queria. Ele terá, finalmente, a televisão apenas para a sua turma.
A esta altura, bom partidão, está adulando a chefia: “Viu só? Apanhamos do Nassif e do Reinaldo; então estamos certos”. Não! Se apanharam do Nassif e do Reinaldo, é mais uma evidência de que estão errados porque, sempre que isso acontecer ao mesmo tempo, o fato se deverá aos maus motivos de uns e aos bons motivos de outro. Rodrigues, leia de novo; tenho certeza de que você não entendeu de primeira.
A TV Cultura inventou o ombudsman que tem, entre suas tarefas, atacar os convidados. Reitero: isso não existe em nenhum lugar do mundo. ONDE JÁ SE VIU USAR DINHEIRO PÚBLICO PARA ATACAR PROFISSIONAIS DE OUTRAS EMPRESAS?
Mas entendo o Rodrigues. Eles já trabalhou na Globo. Foi demitido porque não sabe fazer televisão que tem telespectadores (os petralhas agora escrevem “telexpectadores”). Ele prefere uma TV Pública que seja, assim, uma coisa mais privada, de que poucos tomem conhecimento.
O que vai acontecer com ele? Ora, nada! Considera-se que ter um ombudsman é prova de modernidade. Como está levando alguns tabefes aqui, sairá ainda mais fortalecido. Uma vez mais forte, a Cultura continuará a ser o que sempre foi: um sorvedouro de dinheiro público sem público. Mas “Arnesto” etá feliz: “Aqui a direita não entra”.
PS: Estava lá um repórter da Carta Capital acompanhando os bastidores do programa, com seu ar farejador. Certamente haverá uma reportagem-traque — daquelas bem típicas do jornalismo mínimo — denunciando alguma grande conspiração. E haverá quem, na Cultura, respire aliviado: “Viram? Não estamos de lado nenhum. Todos batem na gente”, como se isso fosse, por si mesmo, uma virtude. Pode ser apenas evidência de confusão mental.