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Os 80 anos de Fidel: números de um facínora

Já que Fidel Castro, o facinoroso, parece prestes a comprovar que Deus existe — e, por suposto, também o inferno —, lembro alguns números da ditadura cubana, o que me é cobrado por um leitor. Em 1961, estima-se que Cuba tinha 6,5 milhões de habitantes. Nada menos de 50 mil já tinham fugido da ditadura […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 23h22 - Publicado em 2 ago 2006, 05h09
Já que Fidel Castro, o facinoroso, parece prestes a comprovar que Deus existe — e, por suposto, também o inferno —, lembro alguns números da ditadura cubana, o que me é cobrado por um leitor. Em 1961, estima-se que Cuba tinha 6,5 milhões de habitantes. Nada menos de 50 mil já tinham fugido da ditadura para o exílio. Ou seja: 0,77% da população. Isso não impediu, é claro, que José Dirceu fosse buscar abrigo na ilha quando veio o golpe militar. Ali ganhou uma nova cara e consta que treinou guerrilha — há quem diga que nunca deu um tiro. Em 1964, o Brasil tinha 80 milhões. Se os militares tivessem feito aqui o que o ditador cubano fez lá, nada menos de 616 mil brasileiros teriam ido embora. Cuba tem hoje 11 milhões de habitantes. Desde 1959, foram executadas na ilha 17 mil pessoas — não se sabe quantas morreram nas masmorras. Só os reconhecidamente executados são 0,154% da população. Postos os números em termos brasileiros, dada uma população atual de 180 milhões, os mortos seriam 277.200. Só nos primeiros cinco meses da revolução, foram sumariamente executadas 600 pessoas (0,0092% da população). É pouco? No Brasil de 1964, isso significaria 7.360 mortes logo de cara. Os 21 anos de ditadura militar mataram, em números superestimados, 424 pessoas, incluindo os guerrilheiros do Araguaia. Desse total, por razões comprovadamente política, foram 293 pessoas. Os números sobre o Brasil estão no livro Dos Filhos Deste Solo, do petista e ex-ministro de Lula Nilmário Miranda. Em Cuba, de 1959 para cá, passaram por prisões políticas 100 mil pessoas (0,9% da população atual). Em Banânia, isso representaria 1.620.000 pessoas. Essa é a democracia que um grupo de petistas estava — ou está — se preparando para saudar no próximo dia 13 de agosto, quando Fidel faz (ou faria) 80 anos, 47 dos quais à frente de uma das ditaduras mais fechadas e sanguinárias no planeta. Mais detalhes no texto A América Latina e a Experiência Comunista, de Pascal Fontaine, que integra O Livro Negro do Comunismo – Crimes, Terror e Repressão (Editora Bertrand Brasil), recebido com um silêncio covarde e cúmplice por aqui. E também em Loué Soient nos Seigneurs, de Régis Debray (Editora Gallimard), que conheceu de perto, em Che Guevara, parceiro de Fidel, “o ódio eficaz que faz do homem uma eficaz, violenta, seletiva e fria máquina de matar”. Nota: ainda hoje, as prisões cubanas são um exemplo acabado da degradação humana. A totalidade dos presos de Fidel preferiria, sem sombra de dúvidas, dividir celas com os terroristas de Guantánamo. Mas o mundo, claro, acha Bush um bandido e pára quando discursa o ditador de opereta.

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