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Marcos Coimbra, o homem do Vox Populi, deveria é ser réu do mensalão, em vez de estar por aí “pousando” de pensador

Marcos Coimbra, ex-collorido, dono do Instituto Vox Populi, colunista da Carta Capital (aquela revista que só existe porque existem estatais) e sedizente cientista social, costuma posar (Emir Sader, seu colega de profissão, escreveria “pousar”) de grande pensador e estrategista da política. Em artigo recente, diz que o processo do mensalão não tem a menor importância […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h06 - Publicado em 17 ago 2012, 21h18

Marcos Coimbra, ex-collorido, dono do Instituto Vox Populi, colunista da Carta Capital (aquela revista que só existe porque existem estatais) e sedizente cientista social, costuma posar (Emir Sader, seu colega de profissão, escreveria “pousar”) de grande pensador e estrategista da política. Em artigo recente, diz que o processo do mensalão não tem a menor importância e que as pessoas estão ocupadas com outras coisas. Já esbocei aqui um comentário a respeito. Costuma ser notavelmente agressivo com os políticos de oposição de que discorda e notavelmente lhano com aqueles com os quais concorda — sabem como é, precisa manter um pé em cada canoa… Assim como migrou do collorismo para o petismo, pode, se preciso, pular para um barco tucano — desde que não seja o de São Paulo. Conseguiu tirar seu instituto da falência iminente produzindo pesquisas e números para o PT. Pois bem.

Vocês têm aqui a íntegra da primeira parte do voto do ministro Joaquim Barbosa, em que, opino eu, fica evidente a culpa dos réus de maneira acachapante mesmo. Dá vergonha até de ler. Essa primeira parte refere-se às relações promíscuas de empresas de Marcos Valério com o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que era presidente da Câmara. Muito bem! Uma das estrelas do documento é ninguém menos do que Marcos Coimbra e seu, vá lá, instituto de pesquisas

Lendo dez páginas do voto de Barbosa, é de se perguntar por que o próprio Coimbra não é um dos réus do mensalão. Em vez disso, está por aí, “pousando” (né, Sader?), em certas áreas, de pensador respeitável. Ele tem a sua própria maquininha de difamação na Internet, já percebi, que espalha seus pensamentos e ofensas. Não ligo. Sei como enfrentar essa gente.

Ao pé deste post, reproduzo a imagem das 10 páginas. Se a leitura estiver difícil, basta clicar na imagem para ampliá-la. Vocês verão que João Paulo Cunha autorizou duas vezes a contratação do Instituto Vox Populi para fazer “pesquisas”. Só que essa contratação era feita por meio da SMP&B, empresa de Marcos Valério — que ficava com a comissão. Um contrato, de 10 de março de 2004, foi de R$ 347.730,60; o outro, datado de 29 de junho de 2004, de R$ 409.500,00.

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Oficialmente, tratava-se pesquisas para avaliar a imagem da Câmara. É? Então vamos ver duas das perguntas feitas:
– “De uma maneira geral, você tem uma opinião positiva ou negativa sobre JOÃO PAULO CUNHA?”;
– “acreditam que o JOSÉ DIRCEU tem culpa no cartório no caso Waldomiro ou não?”

Entenderam? Isso tudo estava sendo pago com dinheiro público. E o Vox Pupuli com isso? E Marcos Coimbra? “Ah, eu fui contratado e pergunto o que mandarem; não tenho nada com isso”. É mesmo, é?

Então leiam este trecho do voto de Joaquim Barbosa:
“Colhe-se dos depoimentos constantes dos autos que o representante do Instituto Vox Populi, Sr. Márcio Coimbra, vinha se reunindo com os sócios da DNA Propaganda e da SMP&B Comunicação, senhores MARCOS VALÉRIO, CRISTIANO PAZ e RAMON HOLLERBACH, e ainda com o Sr. Luís Costa Pinto, assessor do Sr. JOÃO PAULO CUNHA, para, segundo alegam os próprios envolvidos, organizar um pool de empresas para as eleições municipais de 2004.”

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Não só Marcos Coimbra sabia que tipo de serviço estava prestando como já participava de articulações para a eleição vindoura, operando em parceria com Marcos Valério e seus sócios. Reuniões foram marcadas em hotéis. O próprio João Paulo compareceu a uma delas. Transcrevo trecho do voto:
“O Sr. Luís Costa Pinto informou, também, que o acusado JOÃO PAULO CUNHA participou de uma dessas reuniões, no Hotel Pancetti, em São Paulo, com o objetivo de definir a estratégia do partido nas eleições municipais de 2004 (vol. 198, fls. 42.317/42.346).
O Sr. JOÃO PAULO CUNHA também admitiu sua presença na mencionada reunião (fls. 15.435), ao lado de MARCOS VALÉRIO, SÍLVIO PEREIRA e do tesoureiro do PT em São Paulo, Sr. Antônio dos Santos, realizada em outubro de 2003.”

É isso aí. Todos sabiam de tudo. Era uma ação coordenada, de olho nas eleições e na articulação de um partido, e o que os colocava em relação transitiva era o dinheiro público. Faltou muita gente à denúncia inicial do Ministério Público, não é mesmo? Eis Marcos Coimbra, o pensador. O voto de Barbosa deixa claro, entendo, que deveria ser um dos réus.

Abaixo, as páginas do voto de Barbosa que tratam do caso. Clique na imagem para ampliá-la.

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