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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Como Pimentel não explicou nada, então ele fica, entenderam? Ou: Da arte de livrar a cara dos culpados e de culpar inocentes

As coisas acabaram saindo bastante baratas para o agora ministro Fernando Pimentel. Era ele o chefe de Luiz Lanzetta, lembram-se? Lanzetta comandava a equipe de comunicação da “pré-campanha” de Dilma Rousseff que foi flagrada tentando montar — que novidade! — um dossiê contra José Serra. Havia até arapongagem metida no imbróglio. Descoberto, o grupo se […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h55 - Publicado em 13 dez 2011, 06h43

As coisas acabaram saindo bastante baratas para o agora ministro Fernando Pimentel. Era ele o chefe de Luiz Lanzetta, lembram-se? Lanzetta comandava a equipe de comunicação da “pré-campanha” de Dilma Rousseff que foi flagrada tentando montar — que novidade! — um dossiê contra José Serra. Havia até arapongagem metida no imbróglio. Descoberto, o grupo se desfez, e Lanzetta foi, oficialmente ao menos, demitido. Depois entrou em ação a bandidagem associada que violou o sigilo fiscal de tucanos e de familiares do então candidato do PSDB à Presidência. Antes, em 2006, cumpre lembrar, os aloprados tinham tentado incriminar Serra com o falso dossiê da Saúde, o tal dos aloprados. Em todas essas circunstâncias, é bom deixar claro, atuavam veículos de comunicação a soldo.

A maioria das personagens envolvidas com o dossiê dos aloprados pertencia ao entorno de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, embora ele, claro!, não soubesse de nada. Hamilton Lacerda, o homem que conduzia a mala do dinheiro — R$ 1,7 milhão —, era assessor pessoal de Aloizio Mercadante, que disputava o governo de São Paulo. Lacerda afastou-se do partido, mas já está de volta. Mercadante é um dos ministros de Dilma (Ciência e Tecnologia) e candidato a assumir a Educação no lugar de Fernando Haddad.  Pimentel, o chefe da turma do Lanzetta, também ganhou assento na Esplanada. Até agora ninguém foi punido nem por um crime nem por outro. Ao contrário, os figurões acabaram promovidos.

O crime, no PT, acaba sempre compensado, e isso vai estimulando a imaginação da turma, que, então, vai se metendo em rolos sempre maiores. E nada revela mais a natureza do partido do que esses dossiês: por intermédio deles, bandidos se tornam acusadores de pessoas inocentes!

A reportagem de capa da VEJA desta semana não deixa a menor dúvida sobre os métodos empregados pela quadrilha. Para se safar da acusação do mensalão, forjaram uma lista de doações de recursos irregulares e fabricaram recibos. No auge da ousadia, as falsificações foram entregues ao Supremo como “provas” contra políticos que pertenciam à base do governo FHC. Eis a “lógica” com que operam: bandidos são acusadores; inocentes são acusados. Tentam arrastar as pessoas de bem para a lama para que, lá, sejam obrigadas a se explicar sobre falsas imputações. Há sempre os trouxas que acreditam e os canalhas que fingem acreditar.

Muito bem! O Estadão de hoje informa que Pimentel, o ministro que se nega a dar explicações no Congresso, usava a sede de sua “empresa”, a P-21, para fazer encontros políticos. Não me digam! Convenham: ninguém tinha levado mesmo muito a sério essa história de “consultoria”, certo? E quem era um dos freqüentadores do lugar? Ora, Luiz Lanzetta, aquele mesmo do dossiê da pré-campanha…

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Não explicou nada
Várias vozes do Planalto passaram esta segunda-feira a dizer que o caso está encerrado. Segundo Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, a presidente considerou os argumentos de Pimentel convincentes. É mesmo? No post abaixo, há a coleção das perguntas que o ministro até agora não respondeu. Vai ver a curiosidade de Dilma não é assim tão grande… Nota: Ideli, então senadora, era interlocutora da turma que tentava criar as falsas provas de Furnas.  Também foi recompensada, certo?

Dos seis ministros que caíram por causa de lambanças, só um apresentava evidências inequívocas de enriquecimento pessoal:  Antonio Palocci, justamente o petista do grupo. Não estou livrando a cara dos demais, não. Estou me apegando àquilo que se sabe. E agora há Pimentel. Em razão dos vínculos que mantinha com a Prefeitura de Belo Horizonte, seu caso é ainda mais grave do que o de seu colega de partido. Não obstante, Dilma considera que, desta vez, está tudo explicadinho. Os outros que caíram não eram de sua turma — a relação com Palocci nunca foi uma maravilha.

Mas é diferente com o “companheiro de armas”, aquele que aprendeu com ela os primeiras rudimentos (e mais não poderia ser…) de marxismo… A “professora” foi de tal sorte eficiente em caracterizar as tramóias do capital que o discípulo se tornou… consultor! É bem verdade que o leque de apoios a Pimentel vai além dos muros do governismo e alcança a cúpula do PSDB de Minas…

O Brasil que tenha paciência!

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