Gigante do ramo de seguros na mira da Receita Federal
Operação feita em parceria com a PF investiga corretora que tem exclusividade de comercialização de seguros da Caixa
A Receita Federal faz na manhã desta quinta-feira uma etapa da Operação Descarte na corretora Wiz – instituição financeira que tem exclusividade de comercialização dos seguros da Caixa.
Trinta auditores fiscais da Receita em parceria com a PF fazem busca e apreensão em 13 alvos localizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, dentre os quais o CEO e outros diretores da empresa, que tem capital aberto com participação acionária estrangeira.
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Eles são suspeitos de lavagem de dinheiro, num esquema que envolve empresas de fachada dos ex-presidiários da Lava Jato, Alberto Youssef e Adir Assad, um escritório de advocacia, uma empresa de lixo e doleiros, além de serem acusados de fraudar em 7 milhões de reais a instituição que dirigiam com a contratação superfaturada de uma empresa de TI.
Os auditores fiscais encaminharam ao Ministério Público representações fiscais para fins penais com os indícios para as investigações criminais.
ATUALIZAÇÃO, às 14h56: Em nota encaminhada ao Radar, a Caixa informou que Caixa Seguros Holding — companhia da qual sua subsidiária Caixa Seguridade Participações SA é sócia minoritária — e a Wiz Soluções e Corretagem de Seguros SA têm contrato operacional para corretagem de seguros no balcão do banco “firmado anteriormente à atual gestão, com encerramento em 14/02/2021”.
O banco estatal também afirmou que “a partir de decisão da atual gestão do banco”, a Caixa Seguridade terá uma corretora de seguros 100% própria, cuja operação está prevista para começar em janeiro de 2021.
Explicaram ainda que a Caixa, por meio da Caixa Seguridade Participações SA, “é acionista minoritária e indireta (com cerca de 12%) da Wiz, não possuindo controle sobre a companhia”.
ATUALIZAÇÃO, às 19h55: Após a publicação feita pelo Radar, a Wiz Soluções também encaminhou uma nota. A empresa se disse “surpreendida com uma ação de busca e apreensão de documentos no âmbito da Operação Descarte, que investiga atividades entre 2014 e 2016, em gestão anterior da companhia”.
A instituição disse ser “a maior interessada na elucidação dos fatos” e afirmou que “tomará todas as medidas necessárias para identificar eventuais irregularidades”.