É HOJE! Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Tenha calma, Bolsonaro, pois Augusto Aras não o decepcionará

De onde menos se espera é de onde nada sai

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 18h54 - Publicado em 26 Maio 2020, 08h00

Boa a escolha do advogado baiano Augusto Aras para o cargo de Procurador-Geral da República. Boa para o presidente Jair Bolsonaro, naturalmente.

Aras concorre com a Advocacia-Geral da União para ver quem mais defende Bolsonaro nas trapalhadas em que ele se mete – a mais recente, sua tentativa de intervir na Polícia Federal.

A Advocacia pediu ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, para que não permitisse a exibição do vídeo da reunião ministerial de abril último. Aras pediu a mesma coisa.

Diante de sinais de que Mello permitiria a divulgação, a Advocacia recuou e pediu que fosse preservado o sigilo de trechos que poderiam abalar as relações entre o Brasil e outros países.

Aras nem isso fez. Insistiu com o sigilo total do vídeo. Recebeu de volta uma lição de Direito que ocupou muitas páginas do despacho de Mello que liberou o vídeo para ampla divulgação.

Desde 2003 que o Ministério Público Federal apresentava ao presidente a lista com os nomes dos três procuradores mais votados pela categoria. Cabia a ele escolher entre os três.

No ano passado, Bolsonaro avisou que desprezaria a lista. Àquela altura, estava exasperado com o avanço das investigações sobre o dinheiro tomado por sua família a servidores públicos.

Continua após a publicidade

Entre os muitos poderes do Procurador-Geral da República está o de denunciar ou não parlamentares, ministros de Estado e o presidente por crimes cometidos no exercício do cargo.

Rachel Dodge denunciou Dilma e Lula pelo crime de terem recebido propina da Odebrecht. Rodrigo Janot denunciou Temer duas vezes por obstrução de Justiça e organização criminosa.

Antes de nomear Aras procurador-geral, Bolsonaro traçou o perfil de quem escolheria para a função:

 – Que entenda a situação do homem do campo e não fique com essa ojeriza ambiental; que não atrapalhe as obras, dificultando licenças; que preserve a família brasileira; e que entenda que as leis têm que ser feitas para a maioria e não para as minorias.

Continua após a publicidade

Até aqui, Aras tem se comportado ao gosto de Bolsonaro. O presidente está convencido de que ele, tão logo possa, mandará arquivar o inquérito que ora tanto o desgasta. Quanto mais rápido, melhor.

São fartas as evidências de que Bolsonaro tentou intervir na Polícia Federal, o que levou à demissão do ex-ministro Sérgio Moro. E sequer provas são necessárias para que a denúncia seja feita.

Em 15 de agosto do ano passado, Bolsonaro anunciou em entrevista coletiva que queria trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio. Houve a troca, mas ele não emplacou seu substituto.

Uma semana depois, foi mais longe, e também publicamente. Desta vez disse que poderia trocar o diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Maurício Aleixo. Moro se opôs e Aleixo ficou.

Continua após a publicidade

Na manhã de 22 de abril passado, Bolsonaro enviou a Moro uma mensagem de celular informando-o que demitiria Aleixo. Demitiu no dia seguinte. E substituiu o superintendente da polícia no Rio.

Na reunião ministerial de 22 de abril, a poucas horas de consumar as mudanças que faria na Polícia Federal, Bolsonaro queixou-se:

– É putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família só de sacanagem, ou amigos meus.

O artigo 321 do Código Penal define assim o crime de advocacia administrativa:

Continua após a publicidade

“Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública valendo-se da qualidade de funcionário”.

Aras dará um jeito de desprezar as evidências e garantir para Bolsonaro e para si um futuro tranquilo. Dessa, Bolsonaro deverá escapar. Aras espera em troca ser reconduzido ao cargo em 2021.

Ou, de preferência, ser indicado por Bolsonaro para uma das duas vagas de ministros que se abrirão no Supremo Tribunal Federal: as de Celso de Mello, este ano, e a de Marco Aurélio Mello, no próximo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.