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O trabalho insano dos tradutores do pensamento do capitão

Ministério do “Veja bem” opera a todo vapor, mas sem sucesso

Por Ricardo Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 18h56 - Publicado em 13 Maio 2020, 09h00

O Ministério do “Veja bem”, que reúne os principais auxiliares do presidente escalados para corrigir as declarações polêmicas que ele costuma fazer, terá muito trabalho se quiser explicar o que Bolsonaro disse quando falou em demitir o superintendente da Polícia Federal no Rio para proteger sua família e seus amigos.

De outra parte, trabalho insano terá o Procurador-Geral da República Augusto Aras para justificar por que arquivará o processo aberto a seu pedido contra o presidente. No momento, a tendência de Aras é recomendar ao ministro Celso de Mello que impeça a divulgação na íntegra do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril último.

O vídeo tornou-se tão mortal para Bolsonaro e o governo quanto o coronavírus que já matou até ontem 12.400 brasileiros e contaminou 177.589. Gripezinha forte, essa. Seu poder de devastação está para o ser humano assim como o poder de devastação do vídeo está para o presidente da República, a ver-se em breve.

Poderá dizer o Ministério do “Veja bem”: quando Bolsonaro afirmou que precisava no Rio de um superintendente da Polícia Federal que protegesse sua família, referia-se à “família brasileira”, não a dele. Como presidente, ele é o chefe da família brasileira, assim como é, por exemplo, o chefe das Forças Armadas.

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Não. Difícil de colar! Como não cola a desculpa de que Bolsonaro, em momento algum da reunião, referiu-se à Polícia Federal e ao superintendente do Rio. Referiu-se à “segurança” no Rio dele e de sua família. Não estava satisfeito com ela. Pretendia trocá-la e. por isso, falou o que foi registrado. Está bem assim?

Não, não está. Da segurança de Bolsonaro e da sua família cuida o Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República, não a Polícia Federal. Então a crise desatada por Bolsonaro deveria ter resultado na demissão do general Augusto Heleno, ministro responsável pelo gabinete. E resultou em quê?

Na demissão do diretor-geral da Polícia Federal, que desde de agosto do ano passado, Bolsonaro queria ver pelas costas. Na demissão do ministro Sérgio Moro, da Justiça. E na substituição do superintendente da Polícia Federal no Rio. O Ministério do “Veja bem” deveria pensar melhor e arranjar outra desculpa.

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Desde já, deveria providenciar outra para a resposta dada por Bolsonaro à pergunta que um repórter lhe fez se concordaria com a divulgação do vídeo na íntegra. A pergunta tinha cabimento. Há duas semanas, foi o próprio Bolsonaro que revelou que mandara legendar o vídeo para que fosse divulgado sem cortes.

Mudou de opinião. Agora, disse que só deveriam ser divulgados os trechos ligados à acusação de que quis intervir politicamente na Polícia Federal. O resto, que fosse destruído. Mas destruído por quê? Para que o distinto público não se envergonhe do presidente que elegeu? Nem do governo que ele montou?

Se o famoso telefonema de Dilma para Lula, gravado para além do tempo que Moro estabelecera para que fosse gravado, acabou divulgado mesmo assim e acabou dando no que deu, por que censurar o vídeo da reunião ministerial comandada por Bolsonaro que certamente entrará para a história do país?

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