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O cala boca no capitão

Dona Michelle nada tem a ver com isso

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h33 - Publicado em 21 jul 2019, 07h00

Quem ousaria destratar o intratável presidente Jair Bolsonaro que tem por hábito fritar colaboradores antes de demiti-los com humilhação? Não foi assim com o ex-ministro Gustavo Bebianno,  da Secretaria Geral da Presidência da República? E com Joaquim Levy, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social? Bebianno saiu atirando. Levy, com elegância.

Surgiu um funcionário do governo que, sentindo-se ofendido por Bolsonaro, aplicou-lhe o cala boca mais sonoro jamais ouvido pelo capitão desde que se elegeu. Em entrevista a jornalistas estrangeiros, Bolsonaro pôs em dúvida a correção dos dados sobre o desmatamento da Amazônia coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). E completou ao seu modo equestre:

“Até mandei ver quem é o cara que está à frente do INPEe para vir explicar aqui em Brasília esses dados aí que passaram para a imprensa. No nosso sentimento, isso não condiz com a realidade. Até parece que ele está a serviço de alguma ONG, o que é muito comum.”

Ricardo Magnus Osório Galvão, o tal “cara” citado por Bolsonaro, respondeu sem meias palavras:

“Ele tomou uma atitude pusilânime, covarde, de fazer uma declaração em público talvez esperando que peça demissão, mas eu não vou fazer isso. Eu espero que ele me chame a Brasília para eu explicar o dado e que ele tenha coragem de repetir, olhando frente a frente, nos meus olhos”.

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Não será chamado. Será demitido porque chamou o presidente de covarde, e taxou de pusilânime a atitude dele. De resto, a valentia de Bolsonaro tem limite. Ela se manifesta com estridência em tribunas oficiais a salvo de retaliações imediatas. E também no ambiente protegido das redes sociais. Olho no olho, sem revólver ao alcance da mão, Bolsonaro é outra pessoa.

De resto, ele é incapaz de travar o bom combate das ideias sobre qualquer assunto porque não tem ideias. Repete o que lhe dizem, de preferência frases feitas. E sem paciência para ouvir longas explicações ou debruçar-se sobre relatórios, o que repete de ouvir dizer é quase sempre falho, confuso, contraditório. Inteligência não lhe falta, longe disso. Falta-lhe estudo, cultura, preparo.

Preconceito tem de sobra. E ao expressar mais um no último fim de semana ao chamar os nordestinos de “paraíbas”, Bolsonaro está sendo obrigado a se explicar. Desmentiu o que falou e que está gravado. E socorreu-se do mais rasteiro e vulgar dos argumentos ao afirmar que não poderia sentir desprezo pelos nordestinos porque é casado com uma cearense. Pobre da dona Michelle!

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