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Por Coluna
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Imprensa, Igreja e Estado

A mídia dá foco absoluto ao que a Igreja faz ou fará

Por Carlos Alberto Di Franco
24 Maio 2018, 20h39

O Brasil é um país cristão, de expressiva maioria católica. A informação de religião, portanto, merece atenção especial. É um segmento importante. A quantidade da informação religiosa, em geral, é bastante razoável. Alguns riscos, no entanto, ameaçam a qualidade da cobertura jornalística. Sobressai, entre eles, a falta de especialização, razoável desconhecimento técnico e, reconheçamos, certa dose de preconceito. Acresce a tudo isso, o amadorismo, o despreparo e a falta de transparência da comunicação eclesiástica. Falta profissionalização da comunicação institucional da Igreja.

A mídia dá foco absoluto ao que a Igreja faz ou fará. Gente de todas as denominações cristãs (e até mesmo sem qualquer profissão religiosa) dá opiniões sobre os caminhos que a Igreja Católica deve adotar. Se a Igreja estivesse de fato fora do tempo e do páreo, anacrônica e ultrapassada, poucos se dariam a esse trabalho.

É notável o vigor da Igreja e a sintonia do papa Francisco com a juventude. Pede-lhes, frequentemente, que sejam “revolucionários”, isto é, que “se rebelem contra a cultura do provisório”, assumindo responsabilidades sem se deixarem levar “pelas modas e conveniências do momento”. Destaca, e muito, o tom positivo que permeia os discursos do papa.

Os papas, o atual e seus antecessores, na defesa do núcleo fundamental da fé católica podem trombar com o politicamente correto. É natural. Sem essa defesa, muitas vezes na contramão dos modismos de ocasião, a Igreja perderia sua identidade. Se os papas procurassem o “sucesso” –que parece ser a medida suprema da realização para os que tudo medem pelos ibopes-, bastaria que, esquecendo-se da verdade que custodiam, se tivessem bandeado pouco a pouco, como fazem certos “teólogos”, para os “novos valores” (em linguagem cristã, contravalores) que cada vez mais tentam dominar o mundo.

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É patente que, na hora atual, vivemos uma encruzilhada histórica em que são incontáveis os que parecem andar pela vida sem norte nem rumo, entre as areias movediças do niilismo. Pretende-se que, perante este deslizamento do mundo para baixo, com a glorificação de todo nonsense moral, a Igreja exerça a sua missão acompanhando a descida, cedendo a tudo e se limitando a um vago programa socioecológico, a belos discursos de paz e amor e a um ecumenismo em que todos os equívocos se podem abraçar e congraçar, porque ninguém acredita mais em coisa alguma, a não ser em viver bem? Mas a coerência doutrinal da Igreja, por vezes conflitante com certas posturas comportamentais, tem sido um fator de defesa e elevação ética das sociedades.

A correta informação sobre Igreja passa pelo reconhecimento de seu papel na sociedade e pelo seu direito de transitar no espaço público. Não devemos virar as costas para o Brasil real, uma nação de raízes culturais cristãs. Informar com isenção é um desafio. E é aí que mora o fascínio da nossa profissão.

Jornalista. E-mail: difranco@ise.org.br 

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