Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Goebbels, de novo (por Mirian Guaraciaba)

Regina Duarte não é idiota, embora pareça

Por Mirian Guaraciaba
Atualizado em 30 jul 2020, 18h56 - Publicado em 12 Maio 2020, 11h00

Há quatro meses, o então Secretário de Cultura do Capitão Bolsonaro, Roberto Alvim, chocou o Brasil com um video em que repetia frases e cenários do satânico ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels. Caiu. Não porque imitou Goebbels. Porque o Capitão não gostava dele. Para o seu lugar, Bolsonaro acertou a mão de novo. Nomeou outra ardente defensora de suas idéias fascistas.

Em lunática e reveladora entrevista à CNN Brasil, Regina Duarte mostrou sua face nefanda, de terror, de deboche pelas vitimas da ditadura, de desprezo por mortos pela pandemia. Não superou o chefe. Chegou perto. Bolsonaro, na intrinseca maldade de sua alma (se é que tem uma) nem defendeu a secretária.

A atriz mergulhou sozinha no mar pútrido de declarações ofensivas à humanidade. O Brasil, onde mais de 12 mil pessoas sucumbiram ao vírus maldito, ouviu a atriz dizer que “a Covid está trazendo uma morbidez insuportável”. Regina não é idiota, embora pareça. Como não trazer sombra se todos os dias carregamos córdeis de caixões?

Deslumbradissima pelo cargo sem poder, sem recursos, sem caneta, sem prestigio, a que se diz Secretária de Cultura contou que não conhecia Aldir Blanc. Não mereceu conhecer. Merece a função que tem. Marchar ao lado de um mentor da ditadura e da tortura cai bem no papel de quem foi a “namoradinha do Brasil” no período mais sangrento de nossa história.

Continua após a publicidade

Alienada? Não. Regina sabe o que diz e diz o que pensa. Burra. Fraca. Despreparada. Mediocre. Incompetente. Não faltaram adjetivos nas redes sociais, na reação de artistas renomados. Apontaram nela o “sorriso falso e jocoso, de fantoche e escrava de Bolsonaro”, escreveu Fábio Assunção. Mais de 500 artistas lançaram abaixo-assinado repudiando as declarações de cunho nazista.

Não à toa, Goebbels, de novo. Não à toa, lembrei de Lida Baarova, talentosa atriz, de beleza estonteante (não é o caso de Regina, por favor). Aos 20 anos, em 1934, trocou Praga, onde nasceu, por Berlim, e foi sucesso de público e critica logo no primeiro longa alemão. Casou-se com seu parceiro de tela, o ator Gustav Fröhlich, e mudou-se com ele para os arredores de Berlim.

E quem era um dos vizinhos de Lida? Goebbels. O super poderoso ministro nazista, que controlava com mão de ferro toda o setor cultural alemão. Cinema, inclusive. Lida apaixonou-se por aquele homem feio, grosseiro, mas poderoso. O caso se tornou público.

Continua após a publicidade

A mulher traida de Goebbels foi a Hitler. Furioso, o ditador genocida exigiu o fim do relacionamento. Acabou ali a carreira de Lida Baarova na Alemanha. Com o fim do regime nazista, foi presa pelos aliados sob acusação de traição. Sua mãe morreu durante interrogatório, sua irmã suicidou-se. Lida morreu na pobreza e no ostracismo, aos 86 anos em Salzburg, em 2000.

A história de Lida é emblemática, arquétipo dos dias de hoje. É prudente que essa gente desprezível que habita – por enquanto – os palácios de Brasilia, na companhia indigna de Regina Duarte, nunca se esqueça: entre o céu e o inferno, a distância é muito curta.

 

Mirian Guaraciaba é jornalista 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.