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Por Coluna
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Contagem regressiva para o nascimento de Luana

Diário de Avô – Uma celebração à vida

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h02 - Publicado em 5 abr 2020, 13h00

15.1.2008

Aumenta o clima de tensão dentro da família e nas suas vizinhanças à medida que começa a se esgotar o prazo concedido pela médica de Sofia para que Luana dê as caras naturalmente.

Ela completou, ontem, 39 semanas de gestação. André, meu primeiro filho, estava com pressa e chegou 15 dias antes da data prevista. Gustavo ficou 40 semanas na barriga de Rebeca. Foi tirado contra sua vontade.

Rebeca não lembra com quantas semanas Sofia nasceu. Longe de mim o propósito de intrigá-las. Mas tudo que tem a ver com Sofia parece mais fresco na minha memória.

Declaro para a posteridade que Sofia nasceu na quadragésima semana de gestação.

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Mães conversam com os filhos antes mesmo de eles nascerem. Dizem os médicos que os bebês escutam e são capazes de entender. Duvido – mas Sofia, não.

Ela bate longos papos com Luana. Quero dizer: ela fala longamente com a filha – e ao que eu sei, por ora Luana se limita a escutar.

Sofia jura que não é bem assim:

– À maneira dela, Luana reage ao que digo.

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Se Sofia está cansada, quer dormir e Luana teima em continuar batendo perna, ela pede com a voz macia:

– Minha filha, sua mãe está cansada. Sossegue um pouco para que eu possa dormir.

E Luana sossega, segundo a mãe dela.

Sofia avisou a Luana que ela tem até o próximo dia 22, o mais tardar 23 para abandonar o seu casulo. Se não o fizer por livre e espontânea vontade, o fará pela vontade da médica – salvo se a médica mudar de ideia. Tudo é possível.

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Não estou certo de como Sofia deseja que Luana nasça. Ela insiste em dizer que prefere o parto natural. Mas eu sinto que ela tem medo de sofrer. Não a recrimino. Eu, por exemplo, exijo anestesia geral para sentar em cadeira de dentista.

Outro dia, em animada troca de informações com duas mães recentes, Sofia ficou ainda mais confusa. Ouviu da mãe que pariu sem cirurgia:

– A gente se recupera rapidinho. Desse ponto de vista é ótimo. E cesariana é uma operação. Há sempre o risco de dar problema.

– Sim, então é isso o que você me recomenda? – perguntou Sofia.

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– Eu não recomendo nada. O ruim é a dor. Não havia necessidade de se sentir uma dor tão grande – respondeu a mulher.

A outra, que optara pela cirurgia, falou maravilhas a respeito.

– Bobagem essa história de que parto natural é melhor. Na véspera do meu fui ao salão fazer o cabelo. Aproveitei e fiz as unhas das mãos e dos pés. Avisei às amigas sobre a hora do parto. E montei um calendário de visitas.

– É, mas o nosso parto será natural – intrometeu-se Vitor, marido de Sofia, que ouvia tudo calado.

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– Nosso o que, Vitor? Quem vai dar à luz sou eu. Quem sentirá dor serei eu – cortou Sofia.

(Eu já disse a Vitor pra não se meter com essas coisas, mas ele não aprende.)

De brincadeira, mas desconfio que falando sério, Sofia comentou que mais sorte tiveram suas primas Carol e Patrícia, filhas de Nara, uma das minhas irmãs. Elas não precisaram decidir nada.

O bebê de uma estava sentado e sentado permaneceu até ser puxado para fora. O bebê da outra se enrolou no cordão umbilical para ver se assim o deixariam em paz.

Luana, não. A mais recente ecografia mostrou que ela mede 49 centímetros e pesa três quilos e quarenta e dois gramas. Está na posição ideal para vir ao mundo. Sem chances de dar meia volta. Ou de apelar para o velho truque de fingir que se enforca com o cordão umbilical.

Seja, portanto, o que Deus quiser – e Sofia também.

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