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Por Coluna
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Breve balanço da greve dos caminhoneiros

No campo político, para o governo a tragédia é completa.

Por Murillo de Aragão
Atualizado em 31 Maio 2018, 16h00 - Publicado em 31 Maio 2018, 16h00

Devemos colocar as consequências da greve dos caminhoneiros, iniciada no dia 21 de maio em todo o país, em três categorias: políticas, econômicas e eleitorais. 

No campo político, para o governo a tragédia é completa. Revelou hesitação, demora, falta de coordenação e, sobretudo, falta de preparo para lidar com situações extremas. Desde que soube da possibilidade de paralisação nas estradas, ele deveria ter elaborado um plano de contingência prevendo todos os cenários possíveis e apontando as reações cabíveis a cada situação. 

Por exemplo, o governo poderia ter mobilizado aviões de grande porte para abastecer aeroportos. A Latam fez isso em Brasília.  Também poderia ter usado os aviões Hércules da FAB para levar combustível a aeroportos de menor porte para minimizaria a situação. 

Caminhões de combustível deveriam ter sido escoltados desde o primeiro dia da greve e postos de gasolina poderiam ter sido ocupados por policiais para impedir tumulto. Enfim, houve amadorismo e indecisão por parte do Planalto em um momento crítico para um governo impopular que não sabe comunicar as coisas boas que faz e menos ainda as coisas ruins. Mais uma vez, os órgãos de inteligência não funcionaram direito. 

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Tão e justificadamente atuante por conta dos desvairios da política nacional, por onde andou o Ministério Público na greve dos caminhoneiros?  Onde está a defesa do interesse da cidadania que se prejudica com a falta de comsbutível e de gás de cozinha? O que aconteceu com as vozes fortes que atacam o mundo político – com razão e algum exagero ativista? Não interessa aos defensores da sociedade atuar contra empresários que praticam lockout ? O que aconteceu? Ppr outromlado, vale destacar a pronta atitude da AGU e do TST em declarar a ilegalidade da greve dos petroleiros. 

As repercussões econômicas são dramáticas. Nos Estados Unidos existe um cálculo que considera a seguinte fórmula: para cada dia de furacão são necessários no mínimo cinco para tudo voltar ao normal. Como a paralisação dos caminhoneiros já dura nove dias, precisaremos de 45 para que as coisas se normalizem? Talvez um pouco menos? Os prejuízos são imensos para inúmeros setores. A normalização pode até vir em 45 dias, já os prejuízos se revelarão no balanço das empresas e na queda de arrecadação de tributos.

Eleitoralmente, o grande vencedor é o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL), que surfou na crise com esperteza. Primeiro, apoiou os caminhoneiros e, com isso, teve seu desempenho turbinado nas redes sociais. Mais adiante, recuou e disse que a greve deveria acabar. Enfim, falou o que parte substancial do eleitorado queria ouvir em momentos distintos. 

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Os grevistas estão se dispersando, mas a crise decorrente de seus protestos pode não estar no fim. Os petroleiros, por exemplo, ameaçam com uma paralisação de 72 horas esta semana que pode agravar o quadro nacional e jogar o país em mais confusão. 

Mesmo levando em conta que a tendência é voltarmos à normalidade de um governo enfraquecido, os riscos ainda são consideráveis.  Pela certeza de que as instituições quando não estão preparadas são sonolentas em reagir.  

Murillo de Aragão é cientista político

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