Primeiro ele estimula o ódio. Depois, quando as manifestações de ódio dos seus apoiadores ameaçam tomar-lhe votos, ele indiretamente pede desculpas, sem admitir, é claro, que possa ter alguma culpa.
Se algo que disse pode se voltar contra ele, retifica, faz ajustes ou apenas diz que não disse. Ou que brincava quando disse. Ou que não passou de um mal entendido. Seus devotos mais jovens o admiram por “zoar” com tudo e com todos.
Cobra aos adversários que reconheçam os erros que cometeram todos esses anos, mas não reconhece um só dos seus muitos erros. E se apresenta como o vingador dos erros de todos eles, o eleito por seu povo para salvá-lo.
Há dois anos, em conversa com um vizinho de condomínio, descartou a sugestão de se lançar candidato ao governo do Rio. Não via solução para o Rio. Respondeu que pensava em ser candidato a presidente para ajudar seus filhos a se elegerem.
Mais tarde… Mais tarde pretendia curtir a vida com sua terceira mulher e o novo filho que ela lhe dera. Não fora um filho homem como desejava. Quis Deus, porém, que seu destino fosse outro. Aceitou a ordem. E está a um passo de começar a cumpri-la.
As trombetas do mercado financeiro soam a seu favor. Os mais ricos o saúdam alegremente. Espera conquistar o voto majoritário dos mais pobres que resistem aos seus encantos para, em seguida, subir com galhardia a rampa do Palácio do Planalto.
Deus seja louvado.