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Por Coluna
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A Bolsonaro falta vontade de combater o vírus

Aos governadores e prefeitos falta coragem

Por Ricardo Noblat
6 mar 2021, 08h00

Ao presidente Jair Bolsonaro falta vontade para combater a pandemia da Covid. Para ele, melhor que morram os que tiverem de morrer desde que a economia se salve, do contrário seu governo irá por terra e, com ele, qualquer chance de reeleição.

Aos governadores e prefeitos falta coragem para enfrentar eleitores cansados do vai e vem das medidas de isolamento, e empresários que põem o patrimônio acima de tudo e que de dois em dois anos são convocados a pagar despesas de campanha.

A posição de Bolsonaro é mais transparente. Ele diz o que lhe vem à cabeça e o que de fato pensa. Não receia ferir os que choram a morte de parentes e amigos ao provocá-los sem dó: “Chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”.

Governadores e prefeitos dissimulam. Chamam de lockdown o que não passa de toque de recolher. Falam em guerra ao anunciarem a reabertura de hospitais de campanha. E em fiscalização rigorosa o que, se tanto, será uma fiscalização branda e por amostragem.

Na cidade do Rio de Janeiro está proibido permanecer nas ruas entre 23h e 5h. Mas circular por elas é permitido. Quer dizer: multidões podem permanecer nas ruas desde que estejam em constante movimento, paradas não. É sério?

As praias continuam liberadas como se o vírus tivesse horror à areia e ao banho de mar. Trens, ônibus e metrô seguem lotados como de costume, meios de contaminação ideal para elevar o número de mortos que deverá chegar a 3 mil por dia em breve.

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Com taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para Covid-19 em 88% e 100 pacientes ainda na fila por uma vaga nos hospitais públicos, Manaus viveu um colapso sanitário em janeiro último que resultou em dezenas de mortes por falta de oxigênio.

Pois bem: o governador Wilson Lima (PSC), bolsonarista de quatro costados, afirmou ontem que ampliará o horário de funcionamento de lojas em geral, shoppings centers e restaurantes. David Almeida (Avante), prefeito de Manaus, entrou em pânico. E advertiu:

– Esperem o pior, esperem o que vocês nunca viram.

Segundo Almeida, “uma pessoa que ficava dez dias internada agora fica 30. A variante tem muito mais contágio, é muito mais forte. As pessoas ficam mais tempo em UTI, o que represa toda a demanda. É por isso que corredores, macas e ambulâncias estão lotados”.

E assim caminha a humanidade por estas bandas na direção dos dias mais trágicos da pandemia. De Genebra, na Suíça, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, mandou dizer a quem interessar possa:

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– Se o Brasil não for sério, vai continuar a afetar toda a sua vizinhança e além.

Atribui-se ao general Charles de Gaulle, à época presidente da França, a frase: “O Brasil não é um país sério”. Quem disse isso foi Carlos Alves de Souza Filho, embaixador do Brasil em Paris, a propósito do que aqui ganhou o nome de “A Guerra da Lagosta”.

Em 1962, no litoral de Pernambuco, barcos franceses pescavam lagostas em águas territoriais brasileiras. Armou-se tal fuzuê que a certa altura havia quem defendesse o rompimento das relações entre os dois países e, no extremo, a guerra.

Não se disparou um único tiro. A diplomacia resolveu o problema. Dois anos depois, De Gaulle visitou o Brasil e foi ovacionado na Avenida Rio Branco, centro do Rio. De Gaulle tinha 1,96m de altura. O presidente Castelo Branco, que o recepcionou, 1,64m.

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