Tudo está (sempre) fora da ordem na Covaxin
O atropelo dos eventos no caso investigado pela CPI: vacina pede autorização emergencial e governo cancela e manda investigar oficialmente. Tudo... só agora
O governo Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 29, que vai suspender a compra da Covaxin. Agora, meses depois do empenho pela compra e dias após o caso virar um escândalo nacional.
Olhem que curioso. A Covaxin entrou, também nesta terça, 29, com o pedido para autorização emergencial do imunizante. Para completar, hoje, finalmente, a Ministério da Justiça e o Ministério da Saúde anunciaram que vão investigar.
Ou seja, tudo fora da ordem natural dos eventos. Neste caso, a ordem dos fatores altera, sim, o produto. Parece a música do Caetano Veloso, alguma coisa está fora da ordem.
Vamos por partes. Primeiro, o governo deveria ter pedido para que a vacina entrasse com o pedido de autorização emergencial para, assim, depois, fazer o contrato. Antes de “pressionar” o deputado Luis Miranda, o que foi o mais grave, deveria ter visto a viabilidade da vacina.
Mas, foi tudo ao contrário. Depois que recebeu a denúncia, lá atrás, como contou Luís Miranda, deveria ter investigado. E não esperado a denúncia explodir na CPI da Covid-19 para finalmente poder iniciar a investigação.
Depois que a CPI descobriu a maracutaia, eles investigam, cancelam o contrato e iniciam o pedido para a autorização emergencial. Uma “bateção” de cabeça sem fim. Isso tudo só prova que tem (muita) coisa errada nessa história da Covaxin.