O que significa a ausência de Ciro Nogueira
O amortecedor do governo não ficou para com seu sistema de suspensão evitar que o presidente promovesse mais solavancos no país
Um fato importante intrigou os mais tarimbados políticos de Brasília, segundo informado a esta coluna por um importante ator político nacional. A ausência de Ciro Nogueira nos comícios partidários do presidente Jair Bolsonaro durante o 7 de Setembro.
O presidente convidou todos os ministros do seu primeiro escalão para afrontar a República e incitar a desobediência à Justiça, tendo-os como cúmplices. Disse que não cumprirá decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo o país em mais uma armadilha.
Como esta coluna chamou a atenção no Dia da Independência, algumas ausências são mais eloquentes do que as presenças. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não foram no hasteamento da bandeira. Nem mesmo o presidente da Câmara, Arthur Lira, que ficou em Alagoas. Em silêncio distante.
Mas o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o avalista do centrão no governo, o homem que seria o amortecedor entre Bolsonaro e os líderes dos outros poderes, não se juntar ao presidente é emblemático. Pode ser conveniente, já que bolsonaristas-raiz não gostam do papel do centrão no governo. Mas isso não está claro.
Mas Bolsonaro avisou publicamente que havia convidado todos os ministros para estarem presentes em mais um de seus atos tresloucados. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse não ser o “seu perfil”. Ok, ele é da área econômica. Mas o Ciro Nogueira, líder do Centrão? O isolamento de Bolsonaro aumentou.