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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Às vésperas do fim, indefinição marca cidade mais dependente do auxílio

Estudo apontou que Santarém Novo, no nordeste do Pará, esteve com o 38,1% do PIB dependente do benefício pago pelo governo federal durante a pandemia

Por Edoardo Ghirotto
7 dez 2020, 20h08

O governo federal começará a pagar na próxima quinta-feira, 10, a última parcela do auxílio emergencial para as pessoas que foram afetadas pela pandemia de Covid-19. Na cidade que mais dependeu do dinheiro do benefício neste ano, o clima é de indefinição e apreensão. Em Santarém Novo, no nordeste do Pará, o auxílio representou 38,1% do PIB do município, segundo um estudo dos economistas Ecio Costa e Marcelo Freire, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Muito do que se vê hoje na cidade é reflexo da bonança artificial provocada ao longo deste período.

Santarém Novo é uma cidade de aproximadamente 6.000 habitantes e que não conta com circulação de renda, sendo que a maior parte do dinheiro local provém de empregos na prefeitura, do pagamento do Bolsa Família ou de aposentadorias. Quando VEJA esteve por lá no início de setembro para checar as mudanças provocadas pelo auxílio emergencial, a maior parte das famílias vivia um período inédito de fartura. Era raro encontrar uma casa que não estivesse passando por obras. Pela primeira vez, o açougueiro do município ganhou dinheiro vendendo carne bovina, o que o levou a abrir uma farmácia e a trocar de carro.

A realidade já é outra. Com a redução das parcelas do auxílio pela metade, acordada em setembro, as famílias tiveram de interromper investimentos de longo prazo para priorizar contas mais imediatas e gastos com alimentação. A reportagem que foi publicada por VEJA era ilustrada pela casa que Iracilene Santana da Silva estava construindo para a filha de 22 anos, com quem morava junto de outros dois filhos e uma neta. Com a redução do auxílio, ela interrompeu a construção sem colocar telhado nem rebocar a casa.

A população reclama que o valor do benefício caiu pela metade, mas que os preços inflacionados pela alta demanda não acompanharam o mesmo movimento. Segundo relatos ouvidos pela reportagem, o milheiro do tijolo chegou a 700 reais na cidade, enquanto os sacos de cimento ultrapassaram os 50 reais. O preço da carne bovina também aumentou consideravelmente, o que tem impossibilitado as famílias de manterem o alimento na dieta regular.

Santarém Novo registrou 249 casos de Covid-19 durante a pandemia e quatro mortes. Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que há estabilidade em relação à doença na cidade. Mesmo assim, o governo local mantém uma quarentena em que os estabelecimentos precisam ser fechados até as 22 horas e proibiu aglomerações com mais de 10 pessoas. Na eleição deste ano, o presidente da Câmara dos Vereadores, Thiago Pimentel (PL), derrotou o atual prefeito, Laercio Melo (PSDB), e assumirá a administração municipal a partir de 2021.

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