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Os novos estudos que prometem mudar o tratamento contra o câncer

As maiores novidades apresentadas no mais importante congresso de oncologia são para os cânceres de mama, rim e próstata

Por Fernando Maluf
Atualizado em 18 jun 2021, 16h04 - Publicado em 18 jun 2021, 15h50

A Sociedade Americana de Oncologia Clínica realizou, entre os dias 4 e 8 de junho, o ASCO Annual Meeting 2021. Trata-se do mais importante evento sobre câncer do mundo, com a apresentação de trabalhos científicos com potencial para transformar as decisões que são tomadas nos consultórios.

Neste ano, o tema escolhido para o encontro foi ‘Equidade: Todos os Pacientes. Todo dia. Em todos os lugares’, visando a encontrar formas de garantir melhor acesso aos tratamentos, em cada região do planeta. Diversas pesquisas abordaram as diferenças em diagnóstico e tratamento de acordo com etnia e classe social, por exemplo.

Entre os destaques, estão avanços no tratamento de tumores bastante incidentes entre a população mundial – como próstata, mama, pulmão, além de novidades sobre prevenção, rastreamento, imunoterapia e medicina de precisão.

Gostaria, aqui, de compartilhar três trabalhos que, no meu modo de ver, mostram resultados inovadores e melhores do que já existia.

O primeiro estudo envolveu mil pacientes com câncer de rim, um tumor bastante grave quando avançado. O foco foi o caso de pacientes operados que, mesmo depois da cirurgia, não tinham um tratamento preventivo para diminuir a chance de retorno da doença. Um novo imunoterápico, chamado pembrolizumabe, que estimula o sistema imune a atacar o tumor. Estes pacientes foram divididos em dois grupos. O grupo que recebeu o medicamento no período pós-cirúrgico, teve uma diminuição de 32% no risco de progressão de doença, recorrência ou morte. Portanto, é o primeiro tratamento que vai ser aprovado para prevenir o retorno do câncer de rim em pacientes operados.

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Para câncer de mama, tumor mais comum entre as mulheres, foi apresentado um estudo com uma droga que age especificamente na mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 – que ficou conhecida pelo caso da atriz Angelina e aumenta muito os riscos de desenvolvimento do câncer de mama e de ovário. Essa medicação, além da cirurgia, quimioterapia e hormonioterapia, diminui a chance de uma reincidência da doença em pelo menos 20%.

Outra pesquisa de alta relevância trouxe novidades para o câncer de próstata avançado, especialmente quando os outros tratamentos já falharam. Os pesquisadores avaliaram uma nova estratégia terapêutica, já utilizada em alguns centros oncológicos no Brasil. Trata-se de uma radioterapia interna, feita pela veia, que se liga a uma enzima específica deste câncer, chamada PSMA. Esse estudo comparou tratamentos convencionais a essa nova droga, o Lutécio-PSMA, que se liga ao tumor e joga radiação nas células cancerígenas. Como resultado, o risco de progressão da doença apresentou uma queda de 60% e o de morte caiu em quase 40%, quando comparados com as drogas convencionais. Um avanço excepcionalmente grande para pacientes que têm o tumor de próstata mais avançado, que é bastante comum.

No Brasil, são registrados mais de 600 mil casos de câncer por ano. Acompanhamos um aumento de, pelo menos, 20% de incidência da doença na última década. É um crescimento significativo, principalmente entre os tumores mais comuns, como mama, próstata e aparelho digestivo.
Os números de cura por aqui, infelizmente, ainda são inferiores aos dos países desenvolvidos. Precisamos avançar em acesso e pesquisa, para que o maior número de brasileiros receba o melhor tratamento possível para sua doença.

Letra de Médico - Fernando Cotait Maluf
(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)
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