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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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O universo paralelo dos extremismos políticos

Ter opiniões sobre Biden ou Trump, nesse caldeirão de mentiras que se tornaram as redes sociais, é permitido, mas beira alucinação a criação de fatos

Por Jorge Pontes
9 nov 2020, 19h20

O senador americano Daniel Patrick Moynihan, do Partido Democrata, disse certa vez que “todos têm direito à sua própria opinião, mas não aos seus próprios fatos”.

Moynihan, que é considerado um dos grandes expoentes do pensamento neoliberal contemporâneo, morreu em 2003.

Sua frase encaixa com perfeição nesse momento de extremismo e polarização política que vivenciamos, tanto no Brasil como nos Estados Unidos.

E assistimos a um espetáculo de insanidade coletiva, onde os próprios chefes de Estado disseminam fake news e produzem desinformação, sendo tal comportamento replicado por milhões de seus seguidores.

A eleição presidencial dos EUA, ocorrida em um clima de divisionismo extremo da sociedade americana, conseguiu produzir – tanto lá como aqui – o espetáculo deprimente da negação coletiva da realidade, e da proliferação de versões falsas sobre o seu desfecho.

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Joe Biden venceu o pleito. As pesquisas já apontavam esse cenário. Todos os veículos sérios e responsáveis do planeta noticiaram sua vitória. Inúmeros líderes mundiais já o parabenizaram pela eleição. Mas há, incrivelmente, milhões de pessoas que criaram uma realidade paralela, com posts, fotos montadas, alarmes descabidos sobre fraudes que não ocorreram, teorias de conspiração e até notícias de que Trump estaria ultrapassando Biden em contagens de votos imaginárias, e igualmente paralelas…

Todo um universo de desatinos é criado sem nenhuma prova ou evidência material, e mentiras e sandices são repetidas e disseminadas em escala planetária, como se verdades fossem.

Nesse ponto, tanto Trump como Bolsonaro alimentam o desvario. Enquanto o primeiro age como um menino mimado que ficou sem seu brinquedo, o segundo, pirracento, se recusa a enviar um telegrama parabenizando o presidente eleito Joe Biden, por sua vitória nas urnas.

Ter opiniões sobre Biden ou Trump, nesse caldeirão de mentiras que se tornaram as redes sociais, é permitido – como bem disse Moynihan. Mas beira alucinação a criação de fatos e situações concretas inverídicas, como a negação da realidade, que ocorre apenas para aplacar frustrações causadas pela derrota de Trump e tudo que ela pode significar para esses dois países.

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E como vamos debater de forma construtiva num ambiente em que as pessoas negam a realidade e criam seus próprios fatos, para justificar suas convicções?

Extremo não se enfrenta com outro extremo. Trazer a extrema esquerda para neutralizar a extrema direita é como apagar um incêndio com gasolina.

Só há uma saída: o centro, a fuga dos extremismos e a busca pelo equilíbrio da moderação.

O caminho do meio é a única solução.

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