Impeachment de Bolsonaro começa a se viabilizar
O Brasil simplesmente não seguirá adiante enquanto Bolsonaro ocupar o Planalto
Tenho repetido – como um mantra – para aqueles que (ainda) acreditam não existir corrupção no governo de Jair Bolsonaro, que se comportam exatamente como o suicida que se joga do centésimo andar do edifício e, quando passa despencando, em queda livre, pela janela do octogésimo andar, pensa, ainda otimista: “- até aqui tudo bem!”.
Nada nos autorizaria, a essa altura do campeonato, a acreditar em tamanha sandice. Afinal, Jair Bolsonaro só operou retrocessos no enfrentamento à corrupção sistêmica. Trouxe o Centrão inteiro para dentro de seu “projeto” de governo, e ainda escolheu muito mal os nomes para a Procuradoria Geral da República e para a primeira vaga que se abriu no Supremo Tribunal Federal, com a aposentadoria do ministro Celso de Mello; e agora já esboça uma segunda escolha ruim, para a vaga que se oferecerá em breve com a saída do ministro Marco Aurélio Mello.
O escândalo da Covaxin caiu como uma bomba na última sexta-feira, dia 25 de junho, e operou um desastre sem precedentes na já escalavrada imagem do governo, deixando inúmeras perguntas sem respostas. A principal delas foi a possível (e até agora não esclarecida) omissão do presidente da República, ao tomar conhecimento de que havia esquemas suspeitíssimos na aquisição do imunizante indiano. A conduta de Bolsonaro, se comprovada, tangencia perigosamente o crime de prevaricação, conforme o tipificado no Artigo 319 do nosso Código Penal.
E a semana que passou foi só desilusão para as hostes bolsonaristas. A exoneração de surpresa do agora ex-ministro Ricardo Salles, acossado por duas investigações distintas – da Polícia Federal – que apontam para indícios veementes de crimes ambientais graves, na condução do Ministério do Meio Ambiente. Salles teve seu celular apreendido e enviado aos Estados Unidos, para viabilizar a perscrutação de registros digitais, por parte de peritos criminais da PF.
Está cada vez mais claro que o presidente não é nada daquilo que disse ser na campanha em 2018. Bolsonaro é apenas mais do mesmo. A “ficha” demorou, mas está finalmente caindo…
E as últimas pesquisas divulgadas pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) já apontam para o derretimento de sua base eleitoral e refletem uma reação forte da sociedade em relação ao fracasso de seu governo. O presidente já teria perdido mais da metade dos eleitores que votaram nele em 2018, isto é, 57% de seu eleitorado.
Todas essas ocorrências nos fazem concluir que, infelizmente, perdemos quatro anos preciosos com a eleição de Bolsonaro em 2018.
O Brasil simplesmente não seguirá adiante enquanto Bolsonaro ocupar o Planalto, portanto, nada mais urgente e relevante para o Brasil do que iniciarmos uma grande mobilização popular para viabilizar o impeachment desse desastre chamado Jair Bolsonaro.