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“Operação Red Sparrow”: Jennifer Lawrence está podendo

Atriz esquenta thriller elegante no papel de uma espiã russa contra todos. Inclusive os russos

Por Isabela Boscov Atualizado em 1 mar 2018, 12h16 - Publicado em 1 mar 2018, 11h00

Dominika Ergova (Jennifer Lawrence), estrela do Balé Bolshoi, sofre um acidente chocante. Sua carreira acabou; e, junto com ela, irão embora o teto sobre a sua cabeça e o tratamento de saúde de sua mãe doente. Em Operação Red Sparrow, o thriller de espionagem sólido e elegante em que Francis Lawrence pela quarta vez dirige sua atriz de Jogos Vorazes, a Rússia de hoje é ainda mais fria e amoral que a da era soviética, cujo poderio é obcecada em recuperar. Ivan (Matthias Schoenaerts), tio de Dominika e figura influente na Inteligência russa, tem uma única tábua de salvação a oferecer à sobrinha: se ela fizer um servicinho para ele, o apartamento e o seguro-saúde ficam garantidos. Se não, ela está à própria sorte. Dominika aceita e termina num quarto de hotel, violentada, com um oligarca degolado sangrando sobre ela. Mas prova ter um talento natural para as atividades ambíguas gerenciadas por seu tio Ivan (que usa um cabelinho idêntico ao de Vladimir Putin), e ganha dele uma nova escolha. Ou ela morre para não revelar o que aconteceu ali, ou junta-se ao programa de treinamento de “pardais” (os “sparrows” do título) – jovens homens e mulheres ensinados a usar ardis psicológicos e sexuais contra os inimigos do Estado (o que, na Rússia, costuma ser um conceito fluido, sempre reajustado). Depois de meia hora na sala com a supervisora do programa (Charlotte Rampling, devorando com gosto suas cenas), eu consideraria seriamente a primeira alternativa. Mas Dominika tem dois incentivos fortes para superar sua repugnância: não perder o que tem, incluindo-se a vida, e tornar-se tão eficiente que possa usar suas novas habilidades contra quem a pôs nessa situação.

Operação Red Sparrow
(Fox/Divulgação)

Adaptado de um livro de ficção escrito por um ex-agente da CIA, o roteiro faz Dominika ir de Moscou para Budapeste e depois Londres. Obriga-a a convencer o alto escalão da Inteligência russa (um luxo: Jeremy Irons e Ciarán Hinds) de que está do lado deles, e a persuadir da mesma coisa o agente americano vivido por Joel Edgerton (essa, uma parte da missão que ela acaba considerando até bem agradável), para assim desentocar um agente duplo. Entre tudo isso, está dando seguimento aos seus próprios planos, que ninguém conhece. Francis Lawrence, desenvolto e vigoroso na direção, orquestra a ação com pulso não só para o ritmo, mas também para a voluptuosidade do visual. Tira o máximo partido de lances já explorados em centenas de outros thrillers de espionagem, costurando-os em uma peça boa, com pontos firmes, e mantendo-se sempre colado a Jennifer – que deixa o espectador tentando adivinhar: ela o está confundindo, ou revelando-se para ele?

Operação Red Sparrow
(Fox/Divulgação)

Mais do que tudo, Jennifer faz Dominika atravessar esse cipoal com um autocontrole que tiram muito do argumento de quem critica (ah, esse novo puritanismo…) a sexualização da personagem. Porque, claro, a espionagem é um jogo reconhecidamente limpo, em que ninguém ultrapassa limites éticos e morais e no qual jamais se utiliza sexo. (Quem assiste à excelente The Americans vai ver que Francis Lawrence dá uma relativa colher de chá para Jennifer e a põe no controle da situação. Na série, Keri Russell e Matthew Rhys nunca escapam de comparecer e cumprir o dever. ) Falar mal de Jennifer Lawrence virou moda, mas é um esporte barato. Ela é uma estrela na acepção da palavra: é excelente atriz, tem uma tremenda presença, comanda a atenção da plateia do início ao fim sem esforço aparente. E não está nem aí para o que pensam dela.

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Trailer

OPERAÇÃO RED SPARROW
(Red Sparrow)
Estados Unidos, 2018
Direção: Francis Lawrence
Com Jennifer Lawrence, Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Jeremy irons, Ciarán Hinds, Joely Richardson, Mary-Louise Parker, Bill Camp, Sakina Jeffrey, Thekla Reuten
Distribuição: Fox

 

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