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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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O quinto mundo de Brasil, Venezuela, Argentina e Irã

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h12 - Publicado em 2 fev 2015, 20h25

“Não existe o primeiro mundo, nem o segundo, nem o terceiro, nem o quarto”, disse o presidente da Bolívia Evo Morales em sua terceira posse. Por isso, comento as notícias do quinto mundo:

Cabello e MaduroI.

A Venezuela socialista virou um grande banheiro químico de carnaval. Até para os hotéis, os turistas têm de levar papel higiênico e sabonete.

II.

O ditador Nicolás Maduro prende donos de lojas por criarem filas para “irritar o povo venezuelano” quando, na verdade, os funcionários dos caixas faltaram. Quem vai prender Maduro?

III.

Veja as mais recentes declarações de amor à liberdade de imprensa por parte dos bolivarianos do Foro de São Paulo:

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a) Brasil, outubro de 2014: A presidente Dilma Rousseff diz em rede nacional que processará a revista VEJA por simplesmente divulgar o conteúdo do depoimento em que o doleiro Alberto Youssef revelou à Polícia Federal que ela e Lula sabiam de tudo sobre o petrolão. Militantes petistas da União da Juventude Socialista (UJS) depredam e picham o prédio da Editora Abril, em cuja portaria deixam espalhados no chão pedaços rasgados daquela edição. Reeleita, Dilma nomeia Ricardo Berzoini para o ministério das Comunicações, que assume a pasta para tocar o projeto de censura travestido de “regulação da mídia”.

LeamsySalazar entre Cabello e Chávezb) Venezuela, janeiro de 2015: O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, diz no programa ‘Com el Mazo Dando’ transmitido pela rede estatal VTV que processará o jornal ABC da Espanha simplesmente por trazer a público a denúncia de seu envolvimento com o tráfico de drogas feita pelo ex-chefe de segurança dele e do ditador Hugo Chávez, Leamsy Salazar, à Drugs Enforcement Administration (DEA), o órgão americano de combate ao narcotráfico. Não satisfeito, Cabello também ameaça processar os jornais e portais venezuelanos que repercutiram a matéria – e ainda insinua que Salazar pode ter tido envolvimento na morte de Chávez (oficialmente anunciada, segundo o segurança, dois meses após ter acontecido de fato.)

capitanich-rasga-clarin-size-598c) Argentina, fevereiro de 2015: O chefe de Gabinete do Executivo, Jorge Capitanich, rasga nesta segunda-feira (2) as páginas do jornal Clarín que tinham uma reportagem sobre a existência de um esboço da denúncia do procurador-geral Alberto Nisman, morto em circunstâncias não esclarecidas, no qual ele solicitaria a prisão da presidente Cristina Kirchner por acobertamento de acusados iranianos pelo atentado de 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). Após rasgar as páginas do jornal, o chefe de Gabinete advertiu que em 2015 a “perseguição da mídia vai uma dinâmica muito ativa neste ano eleitoral”. Segundo ele, há um “confronto político de meios opositores” contra o governo. Em nota, o Clarín “lamenta que o governo tenha decidido cruzar um novo limite na escalada de intolerância e agressão contra a imprensa”.

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IV.

Entidades iranianas anunciam novo concurso de charges sobre o Holocausto, em protesto às que satirizam Maomé no jornal francês “Charlie Hebdo”, atacado por terroristas islâmicos em janeiro. Os três primeiros colocados receberão, respectivamente, 12 mil, 8 mil e 5 mil dólares.

behead-those-who-insult-islamA primeira edição do prêmio foi em 2006, em protesto semelhante contra o jornal dinamarquês “Jyllands-Postens”. Na ocasião, o segundo lugar ficou com o militante brasileiro Carlos Latuff, cujo desenho mostrava um palestino com o uniforme de um prisioneiro de um campo de concentração. Contra o mesmo jornal, outros manifestantes protestaram nas ruas naquele ano clamando por massacre, aniquilação e degola dos que “insultam” o Islã.

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Na cabeça de gente sã, por mais religiosa que seja, satirizar um profeta idolatrado por terroristas (ainda que também cultuado por gente pacífica) é menos imoral do que satirizar o genocídio de seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial. Mesmo assim, seria até lindo e maravilhoso se o Irã do ditador aliado do PT Mahmoud Ahmadinejad se limitasse a pagar a sátira na “mesma” moeda, sem patrocinar o terror islâmico contra Israel e ameaçar invadir o país.

Se ainda estivessem vivos, os cartunistas mais irreverentes do Charlie possivelmente achariam graça desses “protestos” e os satirizariam na edição seguinte do jornal. Como o segundo lugar de Latuff seria injustamente ignorado, eu mesmo relembro aqui uma homenagem que já lhe fiz.

Latuff cadáver polícia

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PS: A propósito: Não é “radicalismo religioso”, Fantástico. É “terrorismo islâmico”. Favor não diluir pelas religiões as atrocidades de terroristas do Islã.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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