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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Aham, Xuxa, senta lá

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 03h48 - Publicado em 23 Maio 2014, 16h15

XuxaA lei da palmada, que dessa vez tem a apresentadora Xuxa como “garota”-propaganda, nada mais é do que uma forma de apropriação pelo Estado da bunda dos nossos filhos. Se, como diz o filósofo Olavo de Carvalho, “socialismo é a propriedade pública de todos os c*s a partir dos três anos de idade”, nada mais socialista do que a lei da palmada.

Escrevi em maio de 2012, época em que o PL 7.672/10, ora discutido, começou a ser analisado:

“Agora a 3ª Turma do STJ reconheceu o direito de uma mulher de 38 anos receber uma indenização de R$ 200 mil de seu pai. O ‘crime’ dele: ‘Abandono Afetivo’. Isso mesmo: não bastasse a Lei da Palmada, os filhos ainda podem processar os pais por não lhes dar a devida atenção. No fim das contas, é mais um incentivo ao aborto.”

Hoje, no Facebook, Olavo resumiu nessa mesma linha a “Moralidade petista: Não dê palmadas no seu filho. Mate-o antes do nascimento.” O radialista Guilherme Macalossi escreveu também: “O Brasil é o país onde se criminaliza a palmada e se inocenta a formação de quadrilha.” O que é uma quadrilha ou um aborto “nêsti paíf” perto de uma palmada, não é mesmo? Nadinha…

Como não se faz revolução sem fomentar a criminalidade por todos os lados, é preciso investir tanto em impunidade quanto em indução ao crime.

Um dos principais fatores sociais de indução ao crime é justamente a desestruturação familiar. Tornar inócuas as famílias estruturadas, para que, na prática, elas se assemelhem às desestruturadas, é o que fazem os revolucionários, em nome de um “mundo melhor”. A lei da palmada – vendida por deputados como o petista Alessandro Molon como uma proteção contra espancamentos, torturas e assassinatos, como se as leis existentes já não dessem conta desses casos – é apenas uma das formas de atingir esse objetivo.

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cláudiaNão basta, afinal, desarmar a população. É preciso “despalmá-la”, para que ela mesma – se não for presa em lugar dos criminosos – ajude, eventualmente, a produzir os monstros contra os quais não poderá se defender, senão pedindo socorro a este mesmo Estado que fomentou o crime para fazê-la sua refém.

O melhor legado da carreira de Xuxa (o filme erótico com um adolescente, confesso que nunca vi) foi a popularização da expressão “Aham, Claudia, senta lá”, com que ela mostrava seu absoluto desinteresse de ouvir o que a criança Claudia tinha a dizer, querendo apenas que esta fosse se sentar para que ela pudesse prosseguir em paz o seu programa.

Não sei se faltou palmada à pobre Claudinha, mas quando a rainha dos baixinhos dos outros vem intervir na educação dos nossos, só nos resta parafraseá-la em seu tributo:

“Aham, Xuxa, senta lá.”

Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil

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PS: Entre ser contra alguma coisa e defender uma nova lei para punir quem incorra nessa coisa, há uma distância imensa que a histeria encurta.

Saiba mais sobre os temas relacionados: Aborto / Desarmamento / Revolução

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