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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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“Motoqueiros chavistas assassinaram Carmona”, JN baleou jornalismo e Lula vai aMadurecer ditaduras em Cuba

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h24 - Publicado em 21 fev 2014, 16h30

1.
 
Sem tirar o (…) da cadeira, informei mais sobre os feridos na Venezuela que os enviados do Jornal Nacional a Caracas. Eu vi bem, ou o vídeo do manifestante baleado à queima-roupa na virilha virou um mero “tiroteio”? (Sim: eu vi bem.) O nome dele é Roberto, ok? Sem falar na Geraldine, baleada no rosto [cena forte – aqui], que está sendo operada de novo e corre o risco de perder os dois olhos. O JN só informa que tem gente sendo baleada depois que essa gente morre como Carmona, é? Ou o controle de informações de Maduro chegou até a Globo? Só faltou um editorial do Bonner, como aquele depois do assassinato do cinegrafista da Band Santiago Andrade, condenando a violência dos dois lados. Os bandidos agradecem.
 
2.
 
Como fui provavelmente o primeiro e único no Brasil a confirmar como Roberto González – cuja mãe agora falou à NTN24 – a vítima que aparece baleada no vídeo viral do protesto na Av. Panteón em Caracas, já estou pensando em abrir o cursinho “Como obter informações confiáveis em tempos de guerra” para os repórteres do Jornal Nacional.

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A propósito: Roberto segue no hospital, precisando de mais doadores de sangue.
 
3.
 
O site Brasil 171 informa que “Lula vai a Cuba contra efeito dominó da Venezuela”. Eu não confio em notícia do 171 nem quando ele revela a agenda do patrão. Em todo caso, nada mais natural que os pais criadores do Foro de São Paulo deliberem sobre o filho doente. Se um Zelaya derrubado na pequena Honduras já deixa a esquerda continental inteira de (…) na mão, imagine um Maduro caído na Venezuela. Melhor cortar os Leopoldos Lopez pela raiz.
 
Mas eu gosto mesmo é da brancura dessa chapa: “O ex-presidente Lula está envolvido de corpo e alma, como é do seu estilo, na talvez mais difícil missão diplomática que já se impôs.” Coisa linda, não? Agora vou dizer que Lula está envolvido com Fidel “de corpo e alma, como é do seu estilo” desde a criação do Foro em 1990. O resultado para a Venezuela e praticamente toda a América Latina, a gente conhece bem: um interminável efeito dominó de cadáveres.
 
4.
 
Captura de Tela 2014-02-21 às 15.04.20

Traduzo a matéria de ABC.es, que também saiu na seção Internacional do jornal espanhol:

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“Uns motoqueiros chavistas assassinaram a miss venezuelana Génesis Carmona”

Um amigo íntimo da rainha da beleza e modelo relata a ABC os acontecimentos de que foi testemunha ocular”
 
Hector Rotunda é um venezuelano de 23 anos que estuda idiomas na Universidade de Carabobo. Ele participou do protesto na cidade de Valência, na última terça-feira. Estava ao lado de Génesis Carmona, a rainha da beleza e modelo que morreu depois de receber um tiro enquanto protestava contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Rotunda era um amigo pessoal de Carmona, a quem conheceu há quatro anos no mundo da moda. Fala dela como uma mulher estudiosa e empreendedora. O jovem contou à ABC como foram os acontecimentos que levaram à morte de sua amiga: um grupo de motoqueiros armados, pró-governo, abriram fogo contra os manifestantes.
 
– Como Génesis Carmona acaba ferida durante uma manifestação?

– Estávamos todos concentrados perto da estação de metrô da Av. Cedeño de Valencia. Protestando com alguns amigos, com Gênesis, sua mãe e sua irmã. De repente, começaram-se a ouvir rajadas de tiros e tentamos nos refugiar. Quando a rajada acabou, percebemos que Génesis estava no chão. Começamos a procurar por ajuda e a levantamos para ver o que tinha acontecido. Então nos demos conta de que ela tinha recebido uma bala na cabeça. Saímos apressados em uma moto que passou, um amigo chamado Gabriel a pegou a carregou na moto. Eu peguei a minha moto também e fui atrás dela até o centro médico mais próximo.
 
– Como reagiram os manifestantes, o que aconteceu em seguida?
 
– Havia cerca de dez feridos à bala, Gênesis foi a única que caiu.
 
– Génesis Carmona exercia militância política com a oposição?
 
– Somos estudantes universitários e marchamos livremente contra o regime de Nicolás Maduro. Nós estudantes estamos marchando nas ruas desde o dia 12 de fevereiro. Lamentavelmente, grupos de motoqueiros relacionados ao governo se aproximaram e nos atacaram. Foram eles que atiraram.

ABC Carmona testemunha

– Em que momento da manifestação apareceram os motoqueiros?
 
– Nós estávamos reunidos na marcha. Às 4 horas da tarde, aproximadamente, chegaram os grupos de motoqueiros. Eram cerca de 20, mas o grupo total devia ter uns 50, porque alguns estavam a pé. Sabíamos que eles eram partidários do governo porque tinham camisas vermelhas, a cor característica do regime político que se está ditando na Venezuela. São pessoas que estão organizadas e autorizadas para atacar as concentrações da oposição, não só aqui em Valência, mas em todo o país.
 
– Eles carregavam as armas de modo visível?
 
– Sim. Há várias fotos nas quais se evidencia e também se vê quando disparam. Eles tinham armas nas mãos, estavam prontos para abrir fogo. Este é um governo autoritário que reprime a liberdade de expressão. Quer impor uma ditadura e nós estamos em desacordo. Há muitas pessoas infelizes, o país está dividido. Estamos cansados de que estamos vivenciando.
 
– Como está o clima para protestar depois da morte de Carmona?
 
– Nós, estudantes venezuelanos, estamos cansados dos abusos. Não é possível que nos manifestemos pacificamente e nos ataquem dessa forma. A ideia é continuar lutando, continuar protestando contra o governo. Nós não vamos nos calar, não temos medo. O país está em uma situação muito tensa da qual queremos sair. Enquanto este regime não acabar, não vamos abandonar as ruas.
 
Ouça entrevista de Hector Rotunda, em que ele dá mais detalhes sobre a atuação dos motoqueiros armados – aqui.
 
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
 
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