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Dora Kramer

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Em pele de cordeiro

Lula fala como moderado e preparado para atrair o centro e fugir da rejeição aos extremos

Por Dora Kramer Atualizado em 12 mar 2021, 08h37 - Publicado em 10 mar 2021, 13h29

Na primeira manifestação após a recuperação da condição legal para concorrer à eleição de 2022 se assim entender que deva, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva vestiu figurino bem diferente daquela que trajava ao deixar a prisão em tempos ainda livres de pandemia.

Foi raivoso à época, mostrou-se moderadamente sereno numa adaptação à mudança dos ventos em tudo compatível com a proverbial eficácia de seu faro político. Tudo na linguagem coloquial que empresta verossimilhança às suas falas e alimenta ilusões a respeito do que faz (e fez), exatamente como era habitual em seus discursos diários como presidente misturando verdades e meia verdades com falácias.

Tentou dar menos peso à sua situação jurídica dizendo que não guarda mágoas, até porque seria injusto para com a dor dos brasileiros diante da crise sanitária, mas desfiou todo o rosário de ressentimentos contra a força tarefa da lava jato em geral, Sérgio Moro em particular (“o maior mentiroso da História do Brasil em 500 anos) e falou como se inocentado tivesse sido das acusações que pesam contra ele.

Distribuiu agradecimentos aos que lhe prestaram solidariedade Brasil e mundo à fora, elogios a ministros do Supremo Tribunal Federal e até uma saudação ao livre exercício da imprensa antes vista como uma inimiga passível de ser objeto de fiscalização estatal.

O Lula que falou agora pode até não ter se apresentado como candidato à Presidência da República, mas se apresentou como candidato à ocupação do posto de principal antagonista do presidente Jair Bolsonaro. E fez isso de maneira adequada à circunstância atual ao pedir autorização para falar sem máscara, prestar solidariedade às vítimas da covid-19 e criticar Bolsonaro pela “falta de cuidados com o povo” e se dispor a liderar campanha em prol da vacinação.

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Neste momento, depois de dar a impressão de que seria Sérgio Moro o maior inimigo a ser derrotado, voltou-se ao papel de oposição ao presidente ressaltando a incompetência de Bolsonaro em todos os aspectos do governo, com destaque para a condução da pandemia, tendo o cuidado de elencar o que seria, na visão dele, “o papel de um presidente”.

Se não foi um recado definitivo sobre a candidatura dele, certamente foi um sinal às forças políticas antagônicas ao presidente que o PT não pretende abandonar o lugar de líder da oposição e vai trabalhar para voltar ao Planalto. Com Lula ou Haddad na cabeça.

Celebrou os feitos do governo dele a fim de refrescar a memória do eleitorado de modo favorável, mas como de habitual deixando de lado qualquer resquício de autocrítica sobre as malfeitorias das quais grande parte da população não se esquece.

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