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Delírios tropicais

Sem respostas realistas, os políticos transitam em terrenos na Lua

Por Dora Kramer Atualizado em 18 jun 2018, 11h47 - Publicado em 25 Maio 2018, 06h00

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O político, muito mais que o poeta aludido por Fernando Pessoa, é um fingidor. Exagero? Generalização leviana? Não é o que nos dizem os candidatos e partidos de maior visibilidade no cenário pré-eleitoral de um Brasil em fase de completa (e, dependendo do ponto de vista, benfazeja) desordem eleitoral.

Todos eles simulam tão completamente que fingem padecer de um mal que realmente sentem. Há dor maior para o PT que ter seu único ativo transformado em passivo prisioneiro? Pois ele prefere fazer de conta que anda tudo bem, a candidatura prossegue em busca de um vice e de um programa de governo, adiando o confronto com a realidade para um momento de “maior impacto”, mais perto das eleições.

Longe ou perto, que “impacto” objetivo provocaria tal gesto? De maneira concreta, nenhum. Pelo seguinte: hoje, Luiz Inácio da Silva não pode concorrer. Mas vamos que possa disputar por obra de recursos judiciais e, assim, vença. Se ganhar, não governará, dada a sua condição de presidiário. De onde a resultante eleitoral seria nula, a menos que se aventasse a hipótese inconstitucional de a Justiça aceitar revogarem-se os votos.

Diante de tal impossibilidade, por que, então, Lula segue candidato? Simples: para que o nome dele se mantenha nas pesquisas e, com isso, se prolongue o mito do líder popular, ainda que na realidade não mais lidere sequer o próprio destino. Transita-se, nesse quadro, em pura fantasia.

Vendem-se tantos terrenos na Lua quantos crédulos estiverem dispostos a comprá-los, independentemente do campo político-ideológico ao qual pertencem. Há os que acreditam na verborragia supostamente inteligente e consistente de um Ciro Gomes que promete luta inclemente contra o fisiologismo do Congresso, a revogação de “medidas golpistas” e a queda dos juros bancários mediante os “poderes imperiais” conferidos ao presidente, segundo ele, em seus primeiros seis meses de governo.

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Há os que acreditam na pregação violenta de Jair Bolsonaro e os que creem piamente na proposta de uma união “de centro” sem candidato nem amálgama de unidade à vista. Bem-­intencionados, cujas intenções não se mostram explícitas ou factíveis num Brasil radicalizado pela natureza dos fatos e dos constantes maus-tratos por parte do poder público.

Muito poucos, porém, acreditam no governo Michel Temer. Mais especificamente, 5% das pessoas consultadas nas pesquisas de opinião. Pouco? Muito menos, 1%, se dispõe a votar no candidato indicado pelo governo, Henrique Meirelles. Ainda assim, Temer lançou a candidatura de seu ex-ministro da Fazenda, cujo principal ativo é não ter nada a perder a não ser um bocado de dinheiro, pois foi aceito candidato do MDB por financiar a própria candidatura e liberar o dinheiro do fundo partidário para os correligionários.

Michel Temer avisou que os emedebistas ficam obrigados a se engajar na campanha de Meirelles, sob o risco de punição. De quem? De Temer, que não dispõe de nenhuma munição.

Publicado em VEJA de 30 de maio de 2018, edição nº 2584

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