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O presidente do Santander parece disposto a provar que é o único executivo do mundo capaz de dirigir de joelhos um grande banco

Faz três dias que o presidente do Santander tenta falar por telefone com a presidente da República. Faz três dias que Dilma Rousseff manda dizer que está ocupada. Mas é improvável que Emilio Botín desista de ampliar o notável acervo de humilhações acumulado desde sexta-feira, quando soube da colérica reação dos donos do poder ao […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h23 - Publicado em 30 jul 2014, 19h35

Faz três dias que o presidente do Santander tenta falar por telefone com a presidente da República. Faz três dias que Dilma Rousseff manda dizer que está ocupada. Mas é improvável que Emilio Botín desista de ampliar o notável acervo de humilhações acumulado desde sexta-feira, quando soube da colérica reação dos donos do poder ao retrato sem retoques da paisagem econômica brasileira distribuído pelo banco entre um grupo de clientes.

Pelo que anda fazendo, Botín parece disposto a provar que é o único executivo do mundo capaz de dirigir um grande banco de joelhos. Primeiro, ajoelhou-se diante de Dilma com um pedido de desculpas que a destinatária, na sabatina da Folha, rebaixou a “protocolar”. Depois, ajoelhou-se diante de Lula para entregar-lhe a cabeça da profissional que coordenou com correção e competência o trabalho encomendado pela direção do Santander.

“Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma”, berrara o palanque ambulante numa discurseira para os companheiros amestrados da CUT. A ofensa do grosseirão vocacional, que só sabe ser generoso na hora de pagar com dinheiro público a gastança das roses noronhas, precedeu a exigência repulsiva: o antigo dirigente sindical cobrou a demissão de uma bancária: “Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente… Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim”.

A primeira ordem já foi cumprida. Falta acertar o tamanho do bônus. Feito isso, só faltará sujeitar-se às vontades do PT, que considera “terrorismo eleitoral” qualquer reparo à desastrosa política econômica do governo lulopetista. Se tornar definitiva a opção preferencial pela vassalagem,  Botín terá de escolher entre dois becos sem saída.

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O primeiro começa na interrupção dos diagnósticos que esmiuçam o quadro político-econômico e termina à beira do penhasco. O Santander pode perder uma imensidão de contas para os bancos que continuarão a valer-se de análises escritas ou relatórios verbais para contar aos clientes o que não é novidade sequer para os índios das tribos isoladas: a possível reeleição de Dilma é uma hipótese apavorante para quem costuma ver as coisas como as coisas são ─ e vê o que fez em três anos e meio o poste que Lula instalou no Planalto.

O segundo beco sem saída começa na fabricação de análises desenhadas para agradar ao governo, passa ao largo de pedidos de desculpas à oposição e acaba no buraco negro da credibilidade zero. Caso decida avançar por aí, Botín não demorará a presidir uma instituição com a imagem em frangalhos. Em compensação, não terá dificuldades para conseguir uma audiência de meia hora com a chefe de governo.

A temperatura do encontro ficará especialmente agradável se Botin presentear Dilma Rousseff com um par de sapatos para dormir. Talvez até consiga convencer a presidente a aplicar no Santander aqueles 152 mil que guarda debaixo do colchão.

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