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Por Filipe Vilicic
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.
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Um aviso (e alento) aos atletas que viraram alvo na internet: haters gonna hate

“Aquele lá não merecia estar na Olimpíada.” “Ela não me representa”. “Tem uma que só se desculpa pelo fracasso”. “Nah”, “ugh”, “eca”, são sonoplastias que poderiam vir antes e depois de cada frase de hater da internet. A Olimpíada do Rio parece ter servido, mais uma vez, de cartaz àqueles que amam odiar. E como […]

Por Filipe Vilicic Atualizado em 30 jul 2020, 22h05 - Publicado em 17 ago 2016, 18h42

“Aquele lá não merecia estar na Olimpíada.” “Ela não me representa”. “Tem uma que só se desculpa pelo fracasso”. “Nah”, “ugh”, “eca”, são sonoplastias que poderiam vir antes e depois de cada frase de hater da internet. A Olimpíada do Rio parece ter servido, mais uma vez, de cartaz àqueles que amam odiar. E como esse tipo se prolifera na internet. Mas um (pequeno) alento aos atletas olímpicos que se tornaram alvo desses odiosos do Facebook – e, também, a todos que sofrem nas redes: a ciência prova a máxima do hip hop americano “haters gonna hate” (algo como “quem odeia irá odiar”).

gabbydouglas

A ginasta americana Gabby Douglas, ouro no Rio, foi duramente ofendida nas redes sociais por não ter colocado a mão no peito durante o hino dos EUA. Exagero?

Neste ano, a judoca brasileira Rafaela Silva se tornou, muito justamente, uma heroína ao levar uma medalha de ouro. Porém, quem não se lembrou, no mesmo momento, de como ela se viu malhada nas redes sociais em 2012, incluindo no bolo muitas ofensas racistas, por ter então perdido sua luta? Já Fabiana Murer, do salto com vara, foi metralhada no Twitter, no Facebook, neste Rio 2016, justamente por não ter conseguido um bom desempenho– ela se justifica (como se precisasse), destacando que enfrenta uma hérnia de disco. Será que os mesmos haters que querem detoná-la neste 2016 não podem louvá-la em quatro anos, caso Fabiana leve uma medalha em 2020?

São muitas as histórias dos “haters olímpicos”. Tem os que destruíram Neymar em tweets, quando a seleção de futebol masculina não ia tão bem – agora, esses mesmos estão aí elogiando o craque, visto que o Brasil disputará a final. E mesmo os vitoriosos sofrem na mão dessa parcela odiosa da internet. Exemplo: a ginasta americana Gabby Douglas, medalha de ouro no Rio, foi duramente criticada por – 1. Não ter colocado a mão no coração enquanto tocava o hino dos Estados Unidos (e daí?) 2. Pelo corte de seu cabelo (pois é…) 3. Por julgarem que ela estava com cara de depressiva nas competições (olha aí quanto psiquiatra tem no Facebook…). Frente a tamanha onda de haters, Gabby respondeu: “Tento ficar de fora da internet porque tem muita negatividade nela”.

Esses tristes casos me lembraram de um artigo científico de 2013. Nele, estudiosos da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, analisaram o comportamento de 200 indivíduos. Parte deles teimava em criticar qualquer assunto discutido, qualquer produto que aparecia em sua frente, tudo. A outra parcela preferia exaltar as qualidades dos temas apresentados pelos pesquisadores. Para não correr o risco de terem pego os haters em um dia ruim, o estudo foi repetido algumas vezes, com as mesmos pessoas. Quem odiava tudo continuava a criticar o que fosse (seja o ato de reciclar, ou a existência de vacinas, ou a atitude de uma celebridade). Inclusive, mantinham a postura mesmo quando se deparavam com descrições de notícias, outros indivíduos, produtos, que nem existiam de fato (eram elementos fictícios, criados para o estudo). Já quem preferia gostar do mundo, permanecia firme nesta posição positiva. E não adiantava se esforçar para mudar a visão dos críticos afoitos. Em outras palavras: “haters gonna hate”.

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Ou seja, caros atletas olímpicos, magníficos só por se sacrificarem tanto em treinamentos, campeonatos etc., a mensagem é essa: não ligue para os haters. Tratam-se apenas de pessoas que não tem muito o que fazer da vida e que não deixarão de odiar tudo o que aparece, seja o que for esse “tudo”. Aliás, há um outro estudo que comprova essa afirmação, de que esses “não tem muito o que fazer da vida”.

Na pesquisa, de 2014, e feita por cientistas da mesma universidade americana, constatou-se que os haters são bem menos produtivos do que os que adotam uma postura mais positiva em relação à vida. O artigo publicado sobre essa pesquisa é bem claro ao constatar que os negativistas simplesmente trabalham menos, praticam atividades esportivas ou intelectuais com menor frequência e por aí vai. Será que esses aí passam tempo demais odiando os outros?

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