Brasileiros lançam rede social para crianças
Na crise é uma hora para empreender? Sim. “É quando a situação está ruim que surgem as melhores oportunidades, pois as pessoas estão procurando alternativas, novidades, para a vida”, disse-me uma vez Julio Vasconcellos, fundador do Peixe Urbano. Não à toa, houve um boom de startups nos Estados Unidos durante a crise americana de 2008. […]
Na crise é uma hora para empreender? Sim. “É quando a situação está ruim que surgem as melhores oportunidades, pois as pessoas estão procurando alternativas, novidades, para a vida”, disse-me uma vez Julio Vasconcellos, fundador do Peixe Urbano. Não à toa, houve um boom de startups nos Estados Unidos durante a crise americana de 2008. No Brasil, há quem aposte alto nesses tempos obscuros da nossa economia. Caso dos empreendedores por trás do Magic Bubble, rede social infantil lançada hoje.
O Magic Bubble pretende recriar, em versões infantis, cidades do mundo, como Paris e Rio de Janeiro (começa com cinco capitais brasileiras). Nesses ambientes, as crianças podem, por exemplo, interagir com amigos, jogar games e responder a testes de múltipla escolha sobre os locais visitados. Quanto melhor se saem, mais moedinhas virtuais ganham – com elas, podem comprar benefícios dentro do Magic Bubble.
Um diferencial que agradará os pais: só é possível conquistar essa moeda digital realizando as tarefas dentro do site (ou no app); não dá para a criança comprá-las com dinheiro, pra valer. “Nada mais chato que chegar uma conta com uma série de gastos online do seu filho, dos quais você não tinha ciência”, justifica Marcos Rosset, ex-presidente da Disney no Brasil e sócio da empreitada.
De onde virá a receita? O Magic Bubble contará com dois tipos de usuários: o gratuito e o pago. No segundo caso, paga-se cerca de 10 reais pela assinatura mensal (como de praxe, o primeiro mês, de teste, é gratuito). Com isso se tem acesso a material extra. Porém, dá para a criança se divertir bem com a versão grátis, também – aliás, os sócios prometem que nunca haverá anúncios no site.
“Para atender a outra preocupação comum dos pais, também contratamos funcionários encarregados de monitorar as conversas entre as crianças e contamos com um software que proíbe o uso de palavras impróprias no ambiente da rede social, como palavrões”, diz Rosset. Quando se tenta escrever uma dessas palavras no chat, não é possível completá-la. Além disso, outra precaução: o cadastro de cada usuário – o público-alvo é de crianças de até 7 anos de idade – só pode ser realizado por um adulto, que precisa compartilhar dados como seu CPF.
O Magic Bubble é prova de que é possível (e até preferível) sonhar alto em tempos de crise. Os sócios desta nova rede social, por exemplo, pretendem logo lançar versões em outras línguas, como inglês, visando a expansão internacional. Em modelo que já deu certo no Brasil, com apps como o PlayKids, da Movile, empresa nacional que se consagrou como a maior desenvolvedora de aplicativos da América Latina – e dentre as maiores do planeta, com filial no Vale do Silício e sendo citada em apresentações da Apple.
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