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Dois anos após tragédia, Santa Catarina é referência

Solução foi medida simples: aumentar eficiência dos mecanismos de alerta

Por Gabriel Castro
21 jan 2011, 21h45

Márcio Luiz Alves, coordenador da Defesa Civil catarinense: “Não adianta o governo investir milhões no sistema de monitoramento se ele não investir proporcionalmente num projeto de mudança cultural. A comunidade precisa saber como se comportar diante dos alertas”

Dois anos após uma tragédia que deixou 135 mortos, Santa Catarina está novamente em situação de alerta por causa das chuvas: a previsão é de fortes temporais até domingo no estado. Pode ser uma oportunidade de testar um sistema de gerenciamento de desastres que é tido como referência pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec).

Parte dos municípios catarinenses já está em situação delicada: 15 prefeituras decretaram estado de emergência. São 5 mil desalojados e 500 desabrigados em Santa Catarina. Ao todo, 215 mil pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas. Mas, até agora, a única morte registrada foi a de um homem atingido por um raio.

A diferença no número de óbitos está numa medida simples: desde a última tragédia, as defesas civis municipais aumentaram a eficiência nos mecanismos de alerta à população. Não houve grandes mudanças no sistema de monitoramento climático e ambiental, considerado adequado pelas autoridades estaduais.

“Treinamos 70 mil jovens para receber essa informação como líderes comunitários. Fizemos também um documentário sobre o tema e divulgamos em todas as escolas públicas”, explica o major Márcio Luiz Alves, coordenador da Defesa Civil catarinense. Os alertas de temporais também são veiculados na internet e distribuídos aos veículos de comunicação, que replicam o aviso às populações de risco.

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Na opinião do major, os órgãos públicos devem se concentrar na tarefa de fazer o recado chegar de forma clara aos moradores das áreas de risco: “Não adianta o governo investir milhões no sistema de monitoramento se ele não investir proporcionalmente num projeto de mudança cultural. A comunidade precisa saber como se comportar diante dos alertas”, afirma. Ele garante que, se as chuvas do final de 2008 se repetissem agora, as perdas seriam muito menores.

Reconstrução – Apesar das melhorias no sistema de prevenção, as regiões atingidas ainda não se recuperaram plenamente das tragédias. Em Blumenau, a cidade mais devastada pelas chuvas de 2008, ainda há 120 famílias vivendo em abrigos da prefeitura, à espera da casa própria. Outras 96 já conseguiram um novo imóvel, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Só agora a prefeitura firmou parceria com o governo federal para a implantação de um sistema de pluviômetros no rio Itajaí-açu, que corta a cidade.

Depois da tragédia de dois anos atrás, Blumenau criou um novo sistema de mapeamento de áreas de risco: as regiões são classificadas pelas cores vermelha (proibido construir qualquer moradia), amarela (área em situação de alerta permanente) e verde (sem risco). A Defesa Civil municipal, que era um departamento e tinha seis funcionários, foi transformada em secretaria com 48 funcionários. De 2008 para cá, a prefeitura teve de reformar 62 unidades de saúde, 14 escolas e 19 creches. Em todo o estado, a reconstrução das áreas atingidas custou 360 milhões de reais aos cofres da União.

Blumenau é uma das cidades em situação de alerta por causa da previsão de novos temporais.Será um teste importante para confirmar se a cidade e o estado tiraram as lições necessárias da tragédia de dois anos atrás.

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