Falta de nomes viáveis no centro favorece candidaturas populistas
Se por um lado a candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin não decola -- e corre risco de ser substituída -- a Lava Jato paulista avança
A jornalista Lillian Witte Fibe, colunista de VEJA, avalia que a falta de nomes viáveis no centro do espectro político colabora para a candidatura de políticos extremistas, como Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL). Ajudam a embasar esse pensamento o jantar oferecido pelo deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao presidente Michel Temer, ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao ministro Moreira Franco (Minas e Energia) no qual discutiram a candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Sem decolar nas pesquisas, ele pode ser substituído pelo ex-prefeito da capital paulista João Doria — que até então concorre a governador do estado e é visto com simpatia pelo DEM e MDB, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
“É um vazio no centro incrível. O principal nome, que seria o do Alckmin, está sendo desaprovado pelas pesquisas mais recentes”, diz Lillian. Para piorar a situação do ex-governador, a Lava Jato em São Paulo prendeu, na última quinta-feira, um homem ligado ao tucano.
A operação Pedra no caminho, braço paulista da Lava Jato, prendeu o ex-secretário de Transportes Laurence Lourenço, que até o ano passado acumulava o cargo com a presidência da Dersa. Ele é suspeito de ter desviado dinheiro das obras do trecho norte do Rodoanel. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), estima-se que o superfaturamento esteja na casa dos 600 milhões de reais.