Como a indecisão do PT interfere no xadrez presidencial
Para o colunista Sérgio Praça, o partido tem três opções: apoiar Ciro Gomes (PDT), lançar Fernando Haddad, ou insistir na candidatura do ex-presidente Lula
Há exatos vinte dias, o ex-presidente Lula (PT) se entregava à Polícia Federal em São Paulo para cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de prisão a que foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Acampamentos, manifestações de apoio de integrantes do partido e até pedidos de deputados petistas para incluir o nome “Lula” em seus próprios nomes surgiram desde então. O PT, no entanto, ainda não apresentou uma estratégia clara para as eleições presidenciais deste ano.
Segundo o colunista de VEJA Sérgio Praça, o PT tem três opções: apoiar o candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes; lançar Fernando Haddad como nome próprio do partido; ou continuar insistindo na tese de que Lula estará no tabuleiro eleitoral. Em meio a isso, existe o fator Joaquim Barbosa (PSB), que, embora ainda não tenha decidido se vai ou não se candidatar, apresenta um percentual relevante nas pesquisas.
Levantamento do Datafolha da semana passada mostra que Barbosa tem 9% das intenções de voto no cenário sem o ex-presidente Lula — e está à frente do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que angaria 7%. De acordo com Praça, isso se deve ao fato de que Barbosa atrai tanto o eleitorado mais voltado ao espectro de esquerda da política, devido ao seu discurso de inclusão social, como também da direita, em razão de sua atuação no caso mensalão quando era presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).