Asa Branca: ‘No rodeio, o público se diverte às custas da dor de animais’
Com câncer terminal, locutor credita seus infortúnios de saúde ao fato de ter torturado e incentivado a violência contra bois e cavalos
Asa Branca, maior locutor da história do Brasil, e Luisa Mell, uma das ativistas da causa animal mais respeitadas do país, se encontraram para falar de um assunto importante: a condição dos animais em rodeios. O convite para a conversa partiu de Asa Branca. Tratou-se de um acerto de contas com o passado. Aos 57 anos de idade e com um estado de saúde bastante debilitado, com um câncer terminal na garganta, ele credita seus infortúnios ao fato de ele próprio ter torturado bichos (“joguei pneu com arame farpado para ensinar cavalo a pular”) e, ao se tornar um locutor de prestígio e sucesso, ter incentivado uma indústria adepta de práticas controversas (“davam choque na pele do boi”).
Em reportagem publicada na edição desta semana, VEJA acompanhou os dias sequenciais aos triste diagnóstico: uma junta médica constatou o retorno de um tumor em pontos da garganta e na base na boca.
Levando em conta o histórico de saúde do paciente, que é portador do vírus HIV e tem oito válvulas na cabeça em decorrência de uma criptococose contraída em 2013, os especialistas avaliaram que ele não aguentaria se submeter a sessões de quimioterapia nem muito menos a uma cirurgia. Passou então a ficar sob cuidados paliativos, quando não há mais esperança de cura e os tratamentos se destinam a minimizar as dores.