O paciente número 1000
A história de Marco Pereira, o milésimo paciente a ter alta no Hospital de campanha do Pacaembu, que fecha as portas nesta segunda-feira
Marco Cesar Pereira, de 38 anos, está entre os mais de 600 mil brasileiros recuperados da infecção pelo novo coronavírus. Mas o significado da sua alta hospitalar, estampado na alegria da foto que abre esta reportagem, é um marco na história da infecção: no início do mês, ele se tornou o “paciente número mil” a deixar o Hospital de Campanha do Pacaembu, em São Paulo, uma das maiores referências no atendimento da doença no país.
O número redondo sensibilizou a equipe de médicos e enfermeiros do lugar, que, por instantes suspendeu os trabalhos para acompanhar em grande festa a saída de Marcos pelos portões. Três semanas se passaram e o Hospital do Pacaembu sofreu uma reviravolta. Hoje com apenas 17% de ocupação dos leitos (índice que há um mês chegou a 80%), fechará as portas nesta segunda-feira, 29 — a exemplo do que aconteceu no Hospital de Campanha de Manaus, que encerrou as atividades no último 24.
Um olhar mais atento ajuda a mostrar que o fim de dois complexos hospitalares criados especialmente para atender as vítimas do novo coronavírus pode simbolizar o início de uma mudança de ares na dramática pandemia que já acometeu mais de um milhão de brasileiros e liquidou com 53 mil vidas.