Amarga realidade: O colapso do SUS em Manaus
Descaso histórico com o sistema público de saúde escancarou as falhas em meio à pandemia
![MANAUS-HOSPITAL-JONNE RORIZ-IMG_0579.JPG](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/manaus-hospital-jonne-roriz-img_0579.jpg.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Desde o início da pandemia de coronavírus, Manaus, capital do Amazonas, teve a fragilidade de seu sistema de saúde revelada em meio ao colapso dos hospitais públicos. A elevada letalidade local do Sars-CoV-2 — na cidade amazonense, em torno de 9%, e no país, 7% — tem relação com dois fatores essenciais: a claudicante adesão ao isolamento social e o gargalo do sistema público hospitalar. No SUS, atender as multidões de agora é um desafio colossal. Apenas 10% das cidades brasileiras têm a quantidade mínima de UTIs recomendada pela Organização Mundial da Saúde — de um a três leitos para cada 10.000 habitantes. Em Manaus, o índice fica em 2,2 leitos, mas o município atende à demanda de todo o estado, por ser o único que tem UTIs. O medo de contaminação nos hospitais fez surgir outro triste fenômeno: o aumento de óbitos dentro de casa. Além do descaso histórico com o SUS, o estado agora enfrenta o desafio de ver a doença se espalhar pelos municípios do interior.