Um cabo de fibra óptica da espessura de um fio de cabelo é capaz de transportar o equivalente a mais de 10 milhões de conexões rápidas de internet. O finíssimo filamento estabeleceu um novo recorde de velocidade, alcançando 1,7 petabits em um comprimento de 67 quilômetros. Com 19 núcleos, o primeiro do mundo com essa característica, o recurso atende aos padrões globais de tamanho de fibra, o que significa que pode ser amplamente adotado, sem a necessidade de grandes alterações na infraestrutura. Além disso, a tecnologia usa menos processamento digital, reduzindo bastante a potência necessária para cada bit transmitido.
Pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália, incrementaram a potência dos cabos com um chip 3D impresso a laser que garante a compatibilidade com equipamentos de transmissão existentes e permite o acesso com baixa perda de velocidade. A tecnologia foi criada a partir de um esforço coletivo e multinacional entre empresas e universidades japonesas, australianas, holandesas e italianas.
Atualmente, o tráfego de internet global é feito através de cabos de fibras ópticas. Essas fibras conectam continentes, centros de dados, torres de telefonia móvel, estações de satélite, além, é claro, de casas e empresas. Em 1988, quando o primeiro cabo desse tipo começou a operar no Atlântico, a capacidade máxima atingida era de 20 megabytes, o equivalente a 40.000 ligações telefônicas.
A última geração de cabos submarinos em funcionamento hoje transporta 22 terabits a cada 16 pares de fibras. Ou seja, um milhão de vezes mais que seus antecessores. No entanto, ainda é insuficiente para atender as demandas globais de uma sociedade cada vez mais conectada. A maioria das fibras atuais tem um único núcleo que transporta vários sinais de luz. Mas essa tecnologia está limitada a alguns Terabits por segundo devido à interferência entre os sinais.
Para corrigir essas limitações e atender uma demanda crescente de movimentação de dados, as empresas de telecomunicações precisam investir em tecnologias que ofereçam maior fluxo por um custo reduzido. E é justamente esse tipo de necessidade que o novo dispositivo tentará atender. Especialistas envolvidos na criação esperam que a tecnologia adaptativa do chip e da fibra óptica estejam disponíveis no mercado nos próximos cinco ou 10 anos.
Além do aumento substancial na velocidade da internet, o chip pode ter muitas outras aplicações, incluindo a capacidade de encontrar planetas orbitando estrelas distantes, detectar doenças e até mesmo identificar danos em canos de esgoto.