Depois do apagão cibernético que atrasou voo e afetou sistemas mundo afora, nesta sexta-feira, 19, a normalização de computadores pode ser demorada e levar dias.
“Foi um bug de conteúdo, ou atualização, que enviamos e identificamos, e que revertemos”, disse George Kurtz, CEO da empresa CrowdStrike, empresa por trás do apagão, em entrevista à rede americana CNBC. Ele afirmou que algumas sistemas voltariam em algumas horas, e outros poderiam demorar mais tempo porque exigiriam uma solução “manual”.
A pane foi provocada por uma falha em uma atualização da ferramenta Falcon usada em computadores com Windows. O serviço, uma espécie de antivírus, é desenvolvido pela empresa de cybersegurança CrowdStrike.
O problema travou sistemas de várias empresas pelo mundo, como companhias aéreas — centenas de voos foram cancelados nos Estados Unidos, por exemplo —, bancos, planos de saúde e de comunicação. No Brasil, o efeito não foi tão grave: foram relatados atrasos em voos da Azul, problemas de alguns bancos e hospitais, sem grandes prejuízos para a prestação de serviço.
É preciso que cada aparelho afetado seja reiniciado manualmente no modo de segurança, para então o arquivo com a atualização incorreta seja excluído. No caso de empresas com vários dispositivos, o processo pode ser longo.
“Em alguns casos, a correção pode ser aplicada muito rapidamente”, afirmou ao jornal The Guardian Adam Leon Smith, integrante da Sociedade Britânica de Computação (BCS, da sigla em inglês). “Mas se os computadores estão mostrando telas azuis e estão em loops infinitos, pode ser difícil restaurar e isso pode levar dias e semanas.”
“Aviões e cargas não estão onde deveriam estar e levará dias ou até semanas para resolver completamente”, afirmou Niall van de Wouw, diretor de frete aéreo da empresa de consultoria Xeneta, à CNBC. “Isso nos lembra quão vulneráveis nossas cadeias de suprimentos são a falhas de tecnologia.”